Turbulência, apagão e um jogo que não terminou: a experiência de cobrir a seleção brasileira
Diiiiiiiiizem que não dou muita sorte para os times que eu cubro como jornalista. Relutei para concordar com esta tese até o dia 2 de outubro de 2012, quando parti ao lado do amigo Paulo Passos para cobrir pelo UOL a seleção brasileira na carismática cidade argentina de Resistência, onde seria disputado o sem-carisma-algum Superclássico das Américas. Com o perdão do trocadilho infame, não é inadequado dizer que voltamos como os ‘herois da Resistência’ após vencermos tantos percalços. E o principal: com muita história para contar.
A CBF decidiu fretar o voo da seleção brasileira até Resistência e abriu para que os jornalistas tivessem a oportunidade de viajar no mesmo avião que os jogadores e a comissão técnica, até então comandada por Mano Menezes. E logo de cara, já fomos premiados com uma bela turbulência, que assustou a todos e foi motivo de reclamação dos atletas.
Mas a maior ’emoção’ estava por vir no dia do jogo, quer dizer, da tentativa de um jogo. Uma sequência de três apagões deixou o estádio sem nenhuma condição de realização de uma partida de futebol profissional. Após idas e vindas, resolveram cancelar o duelo, e nenhuma partida foi realizada posteriormente por causa da falta de datas compatíveis. Em resumo: a seleção brasileira só teve uma partida cancelada por causa de apagão em sua história. Nem preciso dizer quem era o repórter que estava lá né?
Logo após o primeiro apagão, o Paulo saiu para apurar no estádio e eu fiquei com o relato da partida. Muitas informações desencontradas e muita tensão, da parte dos jogadores, dos jornalistas e da torcida, que deixou o local vaiando muito. As entrevistas aconteceram rapidamente, já que o horário do voo de volta era próximo ao fim do jogo.
Mas o último desafio ainda iria acontecer após a partida. Como ir direto para o aeroporto a tempo de embarcar se não conseguíamos achar um táxi? Ou vocês acham que a delegação da seleção brasileira iria sair mais tarde só para nos esperar? Sorte a nossa é que a polícia local nos ajudou e parou um veículo que era parecido com um táxi e nos levou para o aeroporto. Lá, ainda tivemos o ‘prazer’ de ver o sempre simpático Nicolás Leoz, então presidente da Conmebol, degustando um belo lanche antes de voltar para o Paraguai.
Crédito: Mowapress/Divulgação
Texto originalmente publicado no meu blog pessoal
Foi assim que contamos a história no UOL Esporte:
De apagão a cancelamento, jogo da seleção é marcado por sucessão de micos; veja