Web Summit Rio: um encontro de propósitos para geração de crescimento e inovação

Por Jairo Soares , CEO e fundador da Advice  

Decidi separar um tempo para falar sobre pessoas, a força motriz de tudo o que fazemos e o motivo pelo qual fazemos o que fazemos na Advice. O Web Summit Rio foi, sobretudo, uma iniciativa que uniu dezenas de milhares de propósitos – que, juntos, possibilitaram a expansão de ideias para a materialização de projetos de diversos portes graças à contribuição coletiva que visa ao crescimento de cada empresa, de cada indivíduo.

A tecnologia, tão presente e essencial no nosso dia a dia, ampliou ainda mais o alcance dos debates realizados no centro de convenções Riocentro, possibilitando que reflexões se espalhassem para muito além da estrutura física disponível a quem participou em carne e osso. Trago mais algumas neste artigo.

Equidade é prioridade

Nesta edição, mulheres protagonizaram 37% dos debates; 22% desse recorte fundaram startups. O gênero representou 40% do público de mais de 21 mil pessoas, o que revela a força do grupo quando o assunto é interesse em inovar.

Várias pesquisas já demonstram como a equidade nos times impacta positivamente diversos aspectos dos negócios. Por exemplo, um levantamento da mestre em Gestão para Sustentabilidade Monique Cardoso demonstrou que empresas com altas pontuações ESG contavam com mulheres nos cargos de diretoria em maior frequência.

Além disso, o estudo Diversity Matters 2020, encabeçado pela McKinsey & Company , indicou que organizações que prezam pela equidade em suas equipes têm 14% mais chances de superar a performance dos concorrentes e 93% maior probabilidade de obter um desempenho financeiro superior quando os quadros profissionais percebem essa maior distribuição de oportunidades.

Aliás, só para se ter uma ideia, de acordo com um levantamento da especialista em tecnologia para o varejo Linx , empresa do grupo Stone , as compras realizadas por mulheres em 2022 representaram 80% do total de transações – e os dados estão em conformidade com uma pesquisa realizada pela Nielsen com consumidores dos Estados Unidos, que apontou que as mulheres respondem por entre 70% e 80% dos responsáveis pelas decisões de compra de bens de consumo.

Com essas informações fresquinhas em mente, aproveito para conectá-las ao que Dan Gardner , cofundador da Code and Theory , levantou no painel Code and Theory Facing the future: A guide to design transformation, realizado ontem, no último dia do Web Summit Rio.

Segundo ele, apenas 30% das lideranças de CX nas organizações realmente compreendem seus públicos. Gardner questiona: “Como encontrar soluções por meio da tecnologia sem essa compreensão?” Dan vai além e aponta que as pessoas em mais de dois terços das empresas acreditam que essas companhias não têm cultura ou habilidade para incentivar experimentação ou exercício criativo.

Evolução gera inovação

Aonde quero chegar? Para se atingir resposta para a superação de obstáculos nos negócios, é necessária dedicação à diversificação dos times – porque diversidade em lideranças e equipes gera resultado de negócio, porque carrega em si um enorme potencial econômico e, acima de tudo, porque é a coisa a se fazer.

A pluralidade de contribuições decorrente dessa ação, como demonstrado no Web Summit Rio, revela caminhos que estão ali, ignorados e, consequentemente, subutilizados devido a posturas, mesmo que não intencionalmente, excludentes.

Lembrando aqui que pessoas são a força motriz de tudo o que fazemos e o motivo pelo qual fazemos o que fazemos. Dependemos de pessoas para crescermos. Quando evoluímos, geramos evolução – um prato cheio para inovação.

A tecnologia impulsiona e empodera as pessoas, que, juntas, impulsionam o crescimento das empresas. A conferência pode ter chegado ao fim, mas os aprendizados, em direção a todos os frutos que semearam, mal começaram a engatinhar.