DOUTORADO-SANDUÍCHE | I ENCUENTRO IBEROAMERICANO DE PATRIMONIO UNIVERSITARIO
Uma feliz coincidência! O I Encontro Iberoamericano de Patrimônio Universitário - “As memórias do mundo” - aconteceu justamente em Sevilha durante minha estadia aqui! Por isso, pude participar!
Os objetivos do encontro, que reuniu representantes de universidades públicas e instituições culturais de vários países latino-americanos, de Portugal e da Espanha, foram debater a significação dos bens culturais e políticas patrimoniais nas universidades e compartilhar tanto instrumentos em comum para a proteção desses bens quanto formas de difusão para a comunidade universitária e para a sociedade
Ao final, foi assinada a “Declaração de Sevilha sobre o Patrimônio Universitário e sua função social”. Nela, é recomendada a criação de Planos Gerais de Patrimônio Universitário pelas universidades e de um Programa de Cooperação entre elas, que conte com programas de formação e de pesquisa na área de patrimônio cultural (universitário)
O encontro foi rico, com várias mesas em que foram apresentadas e debatidas iniciativas existentes. Destaco a “Patrimônio em conflito”, em que Ana Paula Amendoeira (ICOMOS-Portugal) proferiu um texto ótimo sobre a importância de se aprender com a memória e sobre a essência do patrimônio que, na sua visão, é a de transmitir conhecimento e saberes. As universidades, portanto, cumprem papel fundamental. Outra mesa a destacar foi a “O futuro do patrimônio: um espaço de tensão”, que contou representantes do Museu Universitário de Arte Contemporânea da UNAM-México (Tatiana Cuevas), do Museu Afro Brasil (Hélio Menezes) e de uma jornalista espanhola que cobre a Guerra da Ucrânia (Pilar Bonet)
No entanto, tenho críticas. A primeira delas é: o patrimônio universitário foi apresentado como o conjunto de bens móveis e imóveis que pertencem às universidades, o acervo com valores estético-artísticos e históricos. Não se falou sobre abordagens mais inclusivas, contemporâneas e etnológicas, como: quais são os bens culturais para a comunidade universitária hoje e quais são as formas de protegê-los e difundi-los? Ou seja, continua-se a entender o patrimônio quase exclusivamente nas chaves “ortodoxas” do belo, excepcional e histórico. Outra crítica diz respeito à representatividade, que, obviamente, vai mais além do que o evento em si: os representantes das universidades e instituições eram em sua maioria brancos e homens. O Hélio Menezes (Museu Afro Brasil) foi o único negro a palestrar. Não havia diversidade de etnias, gêneros, etc. Como pensar “as memórias do mundo” sem diversidade?
Mais informações: https://lnkd.in/d9JRavMt ( 🇪🇦 )
[Na foto, a profa. María del Castillo García, companheira de evento 💛 ]
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