Ano Novo, modelo mental antigo, que tal repensar?
A cada novo ano, trazemos conosco uma esperança de renovação, de novidades ou mudanças positivas. Entretanto, o foco geralmente é no externo. Como se estas expectativas fossem depositadas na empresa onde trabalhamos, no ambiente onde estamos inseridos, nas pessoas com as quais convivemos. Ledo engano, afinal se mantivermos o nosso modelo mental antigo, as coisas tenderão a permanecer inertes, difíceis ou complicadas.
Assim como é comum estabelecermos metas para o ano novo, também não é raro adicionarmos condições ideais para que elas aconteçam. Exemplo bem comum é, este ano farei atividades físicas, espero que haja possibilidade de horário. O que não percebemos é que nós criamos as condições para criar horários. Neste exemplo específico, se temos academias que abrem às 6 horas da manhã e fecham às 23, depende de nós e não do meio fazer isto acontecer. Além de atividades físicas, temos inúmeros exemplos, onde estamos condicionados a culpabilizar os outros dos insucessos ou da nossa opção em manter as coisas como estão. Já faz parte do nosso modelo mental.
O que fazer então para que resultados efetivos sejam consolidados a partir de nossas metas? A primeira fase exige uma reflexão autêntica dos últimos anos. O que você tem insistido enquanto meta que não tem trazido o resultado esperado? E qual é a sua participação efetiva neste insucesso. Seja realmente honesta (o) consigo. Entenda os motivos reais de não fazer acontecer aquele projeto tão sonhado que pode mudar a sua vida, te realizar e fazer mais feliz. Envolve claro, disciplina e determinação. Exige certamente mente aberta e desapego. Pressupõe assunção de responsabilidade pela própria vida. Afinal ninguém pode fazer de você e para você o que você mesmo é capaz.
Neste sentido, há uma reflexão bem relevante. Entenda que, muitas vezes, suas metas não são alcançadas porque você está reproduzindo trajetórias de outras pessoas para os mesmos objetivos. Aí vem o grande detalhe da vida, da identidade única das pessoas e das experiências peculiares, em outras palavras, o que funciona para o Sujeito “A” ou “B” não necessariamente será bom para você.
A segunda fase demanda reflexão genuína sobre quais metas são realistas e se refletem o seu propósito diante da vida. Isto significa compreender a sua pretenção maior como projeto a longo prazo e os meios para chegar lá. Exemplo, o seu foco é a vida profissional e você quer crescer e o ocupar um cargo de gestão e, para tanto, a sua empresa exige fluência em inglês, além de especialização na área. Tal meta pressupõe deixar de lado tempo a mais com a família, lazer, diversão e, provavelmente, isto impactará na vida de pessoas que convivem com você. Os recursos financeiros que você teria para viajar, talvez precisem ser realocados para despesas com cursos que serão necessários para seus objetivos. Caso contrário, você trará para si problemas financeiros importantes. Dito de outra forma, não dá para ter tudo, você precisa fazer escolhas e arcar com as consequências.
É inegável que esta segunda fase traz um “peso” maior de responsabilidade na sua vida. É preciso maturidade e equilíbrio para decisões importantes que impactam diretamente em sua felicidade e realização. Invariavelmente, como somos seres sociais e relacionais, tais decisões tornam-se muitas vezes mais complexas. Mas também é este processo que nos faz desenvolver atitudes e emoções condizentes com indivíduos que creditam para si o sucesso das suas vidas.
A terceira fase pede uma consciência crítica e uma disciplina ferrenha, principalmente no sentido de você não cair na tentação de encontrar culpados para o seu fracasso ou para não estar aonde gostaria. Se o seu trabalho não é bom e você não consegue outro lugar para trabalhar, o problema está com você que deixou de fazer a lição de casa, de estar preparado para outros desafios. Se o seu casamento não está como gostaria, você contribuiu para que chegasse aonde chegou e preferiu acomodar-se. Se a sua saúde vai mal, foram as suas escolhas que comprometeram os seus exames e a sua disposição. E por aí vai.
Sendo assim, simplifique. Reclame menos da vida e dos outros. Mude o que depende de você, faça escolhas coerentes com o seu projeto e deixe de acreditar que um dia o mundo atenderá a todas as condições que você considera ideais. Porque se um dia isto acontecer, não haverá mais conquista, nem superação, não haverá comemoração diante dos desafios. E, sinceramente, isto não é vida!
* Daniella Forster é psicóloga, mestre em Administração e especialista em coaching de carreira. É coordenadora do PUC Talentos, núcleo de empregabilidade da PUCPR.
Gerente de Negócios
6 aComo você é ótima!! Nosso sucesso está atrelado a quanto nos dedicamos para obtê-lo...
Cientista Política e Jornalista
6 aExcelente!