Boletim de Mercado
Quinta-feira, 01 de Agosto de 2024

Boletim de Mercado Quinta-feira, 01 de Agosto de 2024

Bacen e Fed optaram por manter taxa de juros:

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu manter a taxa de juros em 10,5% ao ano, conforme divulgado nesta quarta-feira (31). A decisão foi unânime entre os nove membros do comitê.

Este é o segundo encontro consecutivo em que a Selic é mantida desde maio deste ano, quando a taxa foi reduzida de 10,75% para o atual patamar. A mudança reflete o aumento da desconfiança do mercado quanto ao compromisso fiscal do governo federal, o que impactou na depreciação do câmbio e nas expectativas inflacionárias.

O BC justificou a decisão devido às incertezas no cenário global e à resiliência das atividades econômicas domésticas. O comitê destacou que o aumento das projeções de inflação e as expectativas desancoradas requerem um acompanhamento atento e maior cautela.

O comunicado não incluiu orientações sobre futuras movimentações da taxa de juros. Segundo o BC, a política monetária deve permanecer contracionista por tempo suficiente para consolidar não apenas o processo de desinflação, mas também a ancoragem das expectativas em torno da meta. As novas projeções de inflação foram ajustadas para 4,2% em 2024 e 3,6% em 2025.

O BC reiterou que permanecerá "vigilante" e que quaisquer ajustes futuros na taxa de juros dependerão do compromisso firme de alcançar a meta de inflação.

O comitê também mencionou a importância da "serenidade e moderação" na condução da política de juros, apontando que a desaceleração da inflação tende a ser um processo mais lento.

Além disso, o Copom destacou a necessidade de monitorar a política fiscal. De acordo com o comunicado, a percepção dos agentes econômicos sobre o cenário fiscal, entre outros fatores, tem influenciado os preços dos ativos e as expectativas dos agentes.

O Comitê reafirma que uma política fiscal credível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para ancorar as expectativas de inflação e reduzir os prêmios de risco dos ativos financeiros, impactando, assim, a política monetária.

Nos EUA, o Comitê de Mercado Aberto (FOMC) do Federal Reserve, banco central americano, decidiu ontem também manter os juros básicos da economia do país inalterados, dentro da faixa de 5,25% a 5,50% ao ano, conforme esperado. Essa taxa está estabilizada neste intervalo desde julho do ano passado.

O FOMC também suavizou sua abordagem em relação ao crescimento econômico e às tendências inflacionárias, o que pode abrir caminho para uma possível redução dos juros na próxima reunião de política monetária, prevista para setembro.

No comunicado, o FOMC destacou que os dados recentes mostram uma expansão sólida da atividade econômica, mas indicam uma desaceleração nos ganhos de emprego e um aumento na taxa de desemprego, embora ainda baixa. A inflação diminuiu no ano passado, mas permanece um pouco acima do desejado. Nos últimos meses, houve algum progresso em direção à meta de inflação de 2% estabelecida pelo Comitê, afirma o texto.

“O Comitê considera que os riscos para atingir suas metas de emprego e inflação continuam a se equilibrar melhor. As perspectivas económicas são incertas e o Comité está atento aos riscos para ambas as partes do seu duplo mandato.”

O FOMC ressaltou que não considera apropriado reduzir a taxa até ter maior confiança de que a inflação está se movendo de forma sustentável em direção à meta. Além disso, informou que continuará a diminuir suas participações em títulos do Tesouro e em títulos lastreados em hipotecas.

Em entrevista a jornalistas, o presidente do Fed, Jerome Powell, mencionou que um corte na taxa poderá "estar na mesa" na próxima reunião do colegiado em setembro caso os dados econômicos do país caminharem conforme o esperado.

Ibovespa e dólar sobem:

O principal índice da bolsa brasileira fechou o dia de ontem com alta de 1,20%, aos 127.651 pontos. Nos EUA S&P 500 fechou aos 5.522 pontos com alta de1,58%, Dow Jones aos 40.842 pontos registrando alta de 0,24% e Nasdaq fechou aos 17.599 pontos, com expressiva alta de 2,64%.

A moeda americana também se valorizou, terminando a sessão sendo cotada a R$5,65, registrando valorização de 0,66%.

Brasil apresenta menor nível de desemprego em 10 anos segundo IBGE:

No segundo trimestre de 2024, o Brasil registrou uma taxa de desemprego de 6,9%, o menor nível para o período em 10 anos. Além disso, o número de pessoas empregadas atingiu um novo recorde e a renda média também aumentou.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego caiu significativamente em relação aos 7,9% dos primeiros três meses do ano e aos 8,0% do segundo trimestre de 2023. Esta é a primeira vez desde 2015 que a taxa fica abaixo de 7%, e também o menor índice para um trimestre encerrado em junho desde 2014, quando também foi de 6,9%.

Os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) para o período até junho estão alinhados com as expectativas da pesquisa da Reuters.

O mercado de trabalho aquecido tem mantido a taxa de desemprego em níveis historicamente baixos. Especialistas acreditam que esse cenário deve continuar por algum tempo, embora haja preocupações com a inflação, especialmente nos serviços, já que a renda também está em alta.

No segundo trimestre, o rendimento médio real dos trabalhadores foi de 3.214 reais, um aumento de 1,8% em relação ao trimestre anterior e de 5,8% em comparação com o mesmo período do ano passado. O número de desempregados foi de 7,541 milhões, uma redução de 12,5% em relação aos primeiros três meses do ano e de 12,8% comparado ao ano passado. Este é o menor número de pessoas em busca de trabalho desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2015.

O total de ocupados alcançou 101,83 milhões, estabelecendo um novo recorde desde o início da série histórica em 2012, com um aumento de 1,6% em relação ao primeiro trimestre e de 3,0% em comparação com o segundo trimestre de 2023.

Observa-se uma manutenção de resultados positivos e sucessivos. Esses recordes de população ocupada não foram impulsionados apenas neste trimestre, mas são resultado do efeito cumulativo de uma melhoria geral do mercado de trabalho nos últimos meses.

Os trabalhadores com carteira assinada no setor privado aumentaram 1,0% em relação ao trimestre anterior, totalizando 38,38 milhões, enquanto o número de empregados sem carteira subiu 3,1%, alcançando 13,80 milhões, ambos representando recordes.

O IBGE também destacou que a população desalentada – pessoas que gostariam de trabalhar, mas desistiram de procurar emprego – caiu para 3,3 milhões no trimestre encerrado em junho, o menor número desde junho de 2016. A queda foi de 9,6% no trimestre e de 11,5% no ano. “A redução do desalento pode estar relacionada à melhora nas condições do mercado de trabalho, permitindo que esse grupo retorne à força de trabalho,” explicou a coordenadora do IBGE.

Além disso, na terça-feira (30), o Ministério do Trabalho e Emprego divulgou que o Brasil criou 201.705 novas vagas formais de trabalho em junho, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), superando as expectativas dos economistas.

Cooperativismo de Crédito destaca mais um ano de crescimento:

Em 2023, as cooperativas de crédito mostraram um crescimento significativo, destacando seu papel fundamental na satisfação das necessidades financeiras de cooperados pessoas físicas e jurídicas. Este crescimento é detalhado no Panorama do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC), um relatório anual que analisa a evolução do setor, com ênfase no último ano, que foi divulgado ontem pelo Bacen.

O SNCC expandiu sua presença em todo o Brasil, e, ao final de 2023, 57% dos municípios brasileiros contavam com pelo menos uma unidade de atendimento das cooperativas de crédito, similar às agências bancárias. O número total de cooperados atingiu 17,3 milhões, divididos entre 14,7 milhões de pessoas físicas e 2,7 milhões de pessoas jurídicas.

Os ativos do SNCC alcançaram R$731 bilhões em dezembro de 2023, marcando um crescimento de 23,9% no ano. A maior parte desses ativos é composta por operações de crédito, totalizando R$446 bilhões, com ênfase em micro e pequenas empresas e produtores rurais. Isso sublinha a importância do segmento para o desenvolvimento econômico, especialmente nas regiões interiores do país, onde o setor tem uma presença significativa. As captações, essenciais para suportar a expansão do crédito, também aumentaram consideravelmente, alcançando R$582 bilhões.

Embora tenha havido um aumento na inadimplência, como observado no Sistema Financeiro Nacional (SFN) como um todo, o nível de provisões para operações de crédito se mostrou adequado para cobrir as perdas esperadas. Apesar da redução na rentabilidade, devido principalmente ao aumento dos custos de captação e das despesas com provisões, os resultados das cooperativas de crédito foram positivos. Uma parte desses resultados é destinada aos cooperados, enquanto uma parcela significativa é alocada na formação de reservas, crucial para a sustentabilidade econômico-financeira do setor. Como resultado, os índices de capital das cooperativas de crédito permaneceram confortáveis em relação aos limites regulamentares.

O cooperativismo de crédito continua a expandir sua presença no SFN, contribuindo para aumentar a concorrência e a eficiência do setor financeiro. Além disso, desempenha um papel crucial na promoção da inclusão financeira, especialmente em áreas remotas e para empresas de menor porte, atendendo às necessidades financeiras de seus cooperados.

Principais Indicadores:

Selic Meta: 10,50%

CDI: 10,40%

DI Futuro (Jan 2026): 11,63% (média).

Bolsas de Valores:

Ibovespa:127.651,81 (+1,20%)

S&P 500: 5.522,30 (+1,58%)

Dow Jones: 40.842,79 (+0,24%)

Nasdaq: 17.599,40 (+2,64%)

Moedas:

Euro: R$6,1184 (+0,75%)

Dólar: R$5,6541 (+0,66%)

Inflação:

IPCA: 4,23% (acumulado 12 meses)

IGP-M: 3,82% (acumulado 12 meses)

 

Desejo a todos uma ótima sessão!

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