Chegou a vez do Saneamento no Brasil ?

A universalização é o termo usado no saneamento para definir que 100% da população tenha acesso à água potável e esgoto tratado. No Brasil estabeleceu-se uma meta para água potável de universalização em 2023 e para 93% esgoto tratado em 2033. No entanto, embora exista uma meta, infelizmente, até o presente momento, estamos muito longe de conseguir atingi-la. Usualmente a média de investimentos no saneamento durante os últimos anos tem sido ao redor de R$9Bi/ano. Embora a cifra pareça grande, isso é muito pouco para conseguir atender os objetivos de universalização. Estima-se que pelo menos seriam necessários 62% a mais no orçamento para conseguir chegar perto do atendimento da mesma. Mas parece que existe uma luz no fim do túnel.

Recentemente em sua apresentação no Fórum Macro Day BTG Pactual, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou várias vezes que existe um processo para "disparar" investimentos no Saneamento, inclusive mencionando que existe um capital externo de trilhões de reais para embarcarem no Saneamento do Brasil.

O mesmo discurso foi visto recentemente no Fórum Lide, só que dessa vez pelo Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Por várias vezes foram citados investimentos em Saneamento que devem estar por vir como próximo passo de desenvolvimento no país.

Isso sem dúvida cria novamente a esperança de que dessa vez o Saneamento vai ter a devida atenção, mas vale lembrar que um dos maiores desafios visto nesse setor, tem sido a conversão desses recursos em implementação. E indo mais além, em implementação adequada, com contratos bem elaborados e que considere novas tecnologias em todo seu contexto, inclusive no quesito tratamento. Afinal universalização não é somente quantitativa, mas também qualitativa.

Esperamos que realmente esses investimentos ocorram rapidamente. Mas com uma estrutura de captação e repasse de maneira correta, definindo corretamente os atores e suas funções (hoje existe uma complexa rede de sobreposições); gestões mais eficientes a nível Municipal e Estadual; respaldo Legal e menos burocrático, tanto frente aos processos licitatórios das obras, quanto aos modelos de negócios e por fim, um compromisso de trazer tecnologias que permitam garantir uma operação estável e confiável dos sistemas de coleta, tratamento e distribuição com metas claras a serem atendidas e que possam trazer o Brazil no patamar dos padrões internacionais.