CICLO DE VIDA DAS EMPRESAS FAMILIARES
Artigo: Ciclo de Vida das Empresas Familiares – Parte do PFCC da Board Academy Br
Artigo visa tratar do ciclo de vida das empresas familiares, seus desafios, medos, dificuldade de passar o bastão...
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CICLO DE VIDA DAS EMPRESAS FAMILIARES
“Num sentido mais amplo, a empresa familiar se define como aquela cuja propriedade e administração – no sentido do controle sobre as decisões operativas – estão nas mãos de uma ou mais pessoas da Família. O elemento central desta definição é a idéia de que a firma é controlada por membros de uma só família - porventura ampliada” – ULRICH, Steffen. Decifrando o mistério da empresa familiar - uma perspectiva etnológica. Rede CEFE International. Disponível em < http:// cefe.gtz.de/portugues/products/brainsto/4-97-1.htm> Acessado em 11/10/01
Em palestra do Engenheiro e Gestor Udo Kurt Gierlich, foi apresentado o Modelo Tridimensional de Empresa Familiar, de Geração a Geração, de Gersick, Davis, Hampton e Lansberg, que inicia com uma Família Empresária Jovem, com um Proprietário Controlador da Empresa e da Família, com pouca, ou nenhuma, flexibilidade, e com poder total e não divisível.
Mais tarde, começa a entrar na Empresa a 2ª geração, momento em que é formada a sociedade entre irmãos controladores do negócio, ainda sob a batuta do Pai, ou, em alguns casos, com o Pai num Conselho.
Nesse momento, costuma haver a expansão da empresa, com novos métodos de gestão.
Na sequência, a 3ªGeração, composta por um Consórcio de Primos, que devem atuar sob a batuta da 2ª Geração, numa sociedade com um grau mais avançado de maturidade.
Essa estrutura familiar, segundo Davis & Tagiuri, é composta por três sub-sistemas, a Familia, a Empresa e a Propriedade.
Na 1ª Geração, como no Modelo Tridimensional de Empresa Familiar, de Gersick, Davis, Hampton e Lansberg, mencionado acima, a Empresa e a Propriedade estão circunscritas aos Fundadores.
A 2ª Geração entra na sociedade, participando numa gestão de segundo nível e, mais tarde, tende a assumir o negócio, com ou sem a supervisão do Fundador, quando a 3ª Geração, agregados e profissionais fora da Família entram na empresa.
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Geralmente, também, nesse tipo de empresa, o Fundador costuma ter seus Fiéis Escudeiros, que são funcionários desde o início, ou Amigos de longa data, chamados para opinar em questões da empresa.
Obviamente, o Fundador não espera que esses fiéis escudeiros tragam idéias novas, ou divirjam da gestão dele, mas, simplesmente mantenham o mesmo esquema de gestão, meio que atestando sua eficiência e validade, e que repassem e reforcem para os demais funcionários, bem como para as gerações entrantes.
Também são chamados de Amigos do Rei, pelo mesmo motivo, de apenas reforçar a vontade soberana do Fundador.
Muitas vezes servem como mentores das gerações seguintes, passando a cultura da empresa, formada de acordo com os valores, princípios e crenças do Fundador.
Esse é, portanto, o ciclo normal da vida de uma Empresa Familiar.
Claro que não para por aí, pois muitas dessas sociedades continuam avançando para outras gerações, mas lembrando que, em nosso país, segundo estudo do SEBRAE + IBGE, de setembro de 2021, 90% das empresas nascem familiares, respondem por 65% do PIB nacional, controlam 75% dos empregos no Brasil e 70% não sobrevivem à geração do Fundador, e menos de 5% chegam à terceira Geração, exatamente pelo modelo arcaico de gestão, pela dificuldade de passar o bastão, de deixar o poder, aliado à falta de coragem e desprendimento para abordar e tratar a tempo, e com profissionalismo, ou seja, com assessoria e consultoria externa, profissional, especializada e alheia à Família, os assuntos relacionados à sucessão, estrutura societária e organização familiar de forma blindada.
A empresa que trabalho, por exemplo, foi fundada por meu Avô, em 1.933, assumida pelo meu Pai e meu Tio (sociedade entre irmão, do modelo tridimensional), em 1.966, após a saída do Fundador para um sabático de 12 anos, e hoje, com quase 90 anos de idade, continua sob o comando da 2º Geração, mesmo com a 3º Geração trabalhando lá há mais de 25 anos, e com uma 4ª Geração já formada.....
Em outras culturas, como européias ou asiáticas, esse ciclo chega a ser bem maior, ou eterno, como o caso do Hotel Houshi Ryokan, em Komatsu, na Província de Ishikawa, no Japão, fundada em 718 por Garyo Hoshi, discípulo budista do mestre Taicho Daishi, após ter uma visão enquanto viajava, sobre um lugar aonde as pessoas iriam para banhar suas almas em busca de saúde e revitalidade, e hoje, 1.304 anos depois, é controlada pela 46ª Geração.....
Conclui-se, portanto, que as empresas familiares devem procurar se profissionalizar, deve investir em um modelo de governança claro e profissional, definindo planos de carreira e cargos, independentemente do laço familiar, investindo nas pessoas, o motor da empresa, e pessoas como um todo, e não apenas aqueles da família.
Deve-se preparar desde cedo, e continuamente, a geração futura, para que possam assumir cargos de liderança, perpetuando o negócio.
Os membros da família, envolvidos na sociedade, devem montar um conselho, para que se discuta os assuntos da empresa, principalmente aqueles os quais, nesse tipo de sociedade, são mais espinhosos, como processo de sucessão, atração e retenção de talentos, decisões, que devem ser tomadas de forma profissional, e não emocional, com análise mais criteriosa, e com a maior transparência e imparcialidade possível, enfim, conseguir separar, delineando bem, os papéis de familiar, gestor e acionista.
Por fim, deve-se investir constantemente nos colaboradores em geral, aqueles de fora da Família, para que tenham as mesmas oportunidades de crescimento na empresa, de forma correta, por merecimento e empenho, e não por laço familiar, o que, certamente, deixará a todos motivados, e com força e ânimo para fazer a empresa crescer e prosperar.
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2 aExcelente artigo Eduardo ! Parabéns. Quero autorização para divulgar em alguns clientes
Empresário
2 aExcelente material.
Excelente artigo Eduardo Conrado Silveira!