Cinco motivos pra você, profissional maduro, acreditar que será mais valorizado no mercado de trabalho muito em breve
Desde que passei a atuar como Especialista em Mercado da Longevidade e Diversidade Geracional, lá em 2020, com frequência me deparo com dados assustadores envolvendo o preconceito de idade contra profissionais maduros. Vários estudos realizados, principalmente desde 2022, confirmam que profissionais maduros (40+, 50+, 60+)... ainda sofrem muito com o etarismo no mercado de trabalho, ao mesmo tempo em que muitos gestores desconhecem o tema “preconceito de idade” e sequer entenderam a importância estratégica de estimular a Diversidade Geracional nas suas empresas. Sim, o cenário atual é preocupante.
O etarismo também é a preocupação de vários dos meus clientes maduros de mentorias de gestão da marca pessoal, uso produtivo do LinkedIn, reinvenção de carreira e empreendedorismo na maturidade. Por conta disso, alguns pensam até mesmo em antecipar a aposentadoria. No entanto, muita calma nessa hora! O jogo está prestes a mudar, amigo, pode acreditar!
Nesse artigo, eu vou te dar alguns sinais de como o mercado de trabalho já começa a passar por uma transformação no qual você, profissional maduro, será o protagonista – desde que esteja preparado para as grandes oportunidades que surgirão logo à frente.
Confira abaixo 5 motivos que reforçam a tendência de valorização dos profissionais maduros no mercado de trabalho nos próximos anos.
1 – Aumento da longevidade
É óbvio, mas até o óbvio precisa ser dito, até mesmo porque essa “ficha ainda não caiu” para muitos gestores: o aumento da longevidade é uma realidade sem volta no Brasil e no mundo e quem não se adaptar a esse novo cenário – e isso vale para profissionais e empresas – vai perder o “trem da história”. Simples assim.
Hoje, o nosso país já conta com mais de 60 milhões de pessoas com mais de 40 anos, o que representa cerca de 40,1% da população, segundo dados do último Censo do IBGE (2022). É claro que esse movimento terá reflexos no mercado de trabalho em breve: as projeções indicam que, em 2045, mais de 60% da força de trabalho será formada por profissionais 40+.
2 – Vai faltar mão de obra jovem – e qualificada
Se por um lado a população brasileira está envelhecendo rapidamente, por outro também está diminuindo o número de jovens, inclusive no mercado de trabalho. Por conta disso, as empresas serão obrigadas a manter ou contratar mais profissionais maduros por uma razão bastante elementar: vai faltar mão de obra jovem.
Alguns dados oficiais indicam que esse movimento já está acontecendo. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do IBGE, divulgada há poucos dias, no segundo trimestre deste ano o número de pessoas 60+ trabalhando no Brasil chegou a impressionantes 8 milhões de profissionais – em 2012, esse número era praticamente a metade: 4,9 milhões de pessoas.
3 – As empresas vão precisar de líderes com mais experiência de vida e carreira
O excesso de “juniorização” das equipes nos últimos 20 anos acabou criando um inusitado problema para as empresas: está faltando profissionais com conhecimento e, principalmente, com experiência de vida para ocupar posições de liderança.
Um estudo realizado pela consultoria Deloitte revelou que mais de 50% dos jovens da Geração Y (os “millenials”, nascidos entre 1981 e 1996) estão “esgotados” por diferentes motivos, entre eles a dificuldade de lidar com as suas demandas profissionais.
É válido ressaltar que, exatamente por conta da “juniorização” das empresas, muitos desses “millenials” acabaram sendo alçados de forma prematura para cargos de gestão para os quais, aparentemente, não estavam preparados – seja do ponto de vista técnico ou emocional. O resultado são milhares de pedidos de demissão e afastamentos por “burnout”.
Nesse sentido, algumas empresas já começaram a entender que será necessário contar com mais profissionais maduros nos seus times, exatamente para ocupar posições de liderança ou mentorar esses jovens líderes despreparados e/ou esgotados.
4 – Os maduros podem ajudar – e inspirar – os jovens da Geração Z
Um dos principais desafios das empresas atualmente é lidar com os profissionais da “Geração Z”, jovens nascidos entre 1997 e 2009 que têm uma relação diferente com o trabalho. Muito preocupados com o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, os “Zs” têm sido criticados por supostamente não serem tão comprometidos com o trabalho como eram os profissionais de gerações anteriores.
Comprometidos ou não, o fato é que o número de demissões envolvendo profissionais da Geração Z têm aumentado: uma pesquisa da plataforma de criação de currículos Resume Genius revelou que 60% dos empregadores demitiram funcionários da Geração Z contratados em 2024. É importante lembrar também que, muitas vezes, são os próprios “Zs” que pedem demissão, alegando “ambientes tóxicos” e “priorização da saúde mental”.
Diante desses números, gestores de empresas têm se perguntado: como engajar uma geração que aparentemente não vê tanto significado no trabalho e muda de emprego com tanta frequência? A resposta pode estar nos profissionais maduros.
Para começar, os profissionais das gerações “X” e “Baby Boomer” têm fortes habilidades de comunicação interpessoal – uma das principais dificuldades profissionais dos “Zs”, uma geração que cresceu imersa em redes sociais e conversas por aplicativos, e que por isso tem enormes dificuldades para manter diálogos presenciais, sobretudo em ambientes profissionais mais tradicionais.
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Com mais tempo de carreira e “soft skills” muito mais desenvolvidas por conta de sua experiência de vida, profissionais maduros também podem ser muito importantes nas empresas como mentores desses jovens “Zs”, principalmente no que se refere a temas como desenvolvimento profissional, expectativas de carreira e saúde mental.
Hoje, muitos jovens da Geração Z, influenciados por “modelos de sucesso fakes” das redes sociais, estão desenvolvendo graves transtornos de ansiedade, alguns deles relacionados a expectativas equivocadas de rápido crescimento na carreira e ganhos financeiros elevados que acabam não se confirmando na “vida real” do mercado de trabalho. Nada melhor do que profissionais experientes para orientar e inspirar esses jovens a construir uma carreira de sucesso, no tempo certo, a partir da tomada de melhores decisões.
5 – As empresas querem mais profissionais comprometidos e adaptáveis, os maduros
Por fim, os maduros devem ser cada vez mais valorizados no mercado de trabalho nos próximos anos por conta de cinco características que estão sendo cada vez mais demandadas pelas empresas e que têm relação direta com experiência de vida: resiliência, senso crítico, comprometimento, capacidade de adaptação e repertório.
Diversos estudos já demonstraram que profissionais maduros trocam menos de emprego, faltam pouco ao trabalho (menos absenteísmo), se adaptam melhor às situações de dificuldade e são extremamente comprometidos com as empresas nas quais trabalham.
Ao contrário do que prega o “senso comum” da sociedade etarista em que vivemos, muitos profissionais com mais de 40 anos também estão buscando mais qualificação e conhecimento, principalmente sobre novas tecnologias, exatamente para se adaptar às novas demandas do mercado.
Nesse sentido, os profissionais maduros têm se destacado, por exemplo, no uso de inteligência artificial (IA) – afinal, a utilização eficaz dessas ferramentas está diretamente ligada ao repertório do profissional que sabe fazer as “perguntas certas” para os “robôs”. E repertório mais rico tem tudo a ver com experiência de vida, meu amigo!
Portanto, se você é um profissional maduro que hoje pode estar sofrendo com o preconceito de idade, mantenha-se firme, o jogo vai mudar em breve. Porém, como eu disse lá no início desse texto, para aproveitar essas grandes oportunidades que surgirão à frente é preciso estar preparado. Como se preparar? Na próxima edição dessa newsletter eu vou te dar algumas dicas. Aguarde!
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Obrigado pela leitura e até a próxima!
Stefan Ligocki, 48 anos, é palestrante, consultor, professor, mentor e criador de conteúdo nas áreas de Mercado da Longevidade, Diversidade Geracional, carreira na maturidade, marketing, vendas, gestão da marca pessoal e uso produtivo do LinkedIn.
Especialista em Mercado da Longevidade pela FGV, é fundador e diretor da Mais 40+, empresa de educação corporativa e consultoria nas áreas de Mercado da Longevidade, Diversidade Geracional e carreira na maturidade. Em 2024, foi eleito LinkedIn Top Voice, prêmio concedido pelo próprio LinkedIn aos criadores de conteúdo mais relevantes da plataforma.
Em 2023 e 2024, foi considerado o terceiro criador de conteúdo que mais cresceu em popularidade e relevância no LinkedIn Brasil, de acordo com estudo da empresa francesa de avaliação de mídias sociais Favikon.
Ligocki já realizou mais de 260 cursos e palestras em 60 cidades do Brasil, capacitando mais de 20 mil profissionais de marketing, vendas e recursos humanos de cerca de 400 empresas e organizações, entre elas Unimed, Sicredi, Unicred, SAP, ArcelorMittal, SBT e SEBRAE, entre outras. Para contratar palestras, cursos ou consultorias sobre Mercado da Longevidade, Diversidade Geracional, Carreira na Maturidade, marketing, vendas, gestão da marca pessoal ou uso produtivo do LinkedIn, acesse o meu site pessoal ou o site da Mais 40+.
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Ajudo a sua Transição de Carreira (Outplacement) e Mentoria Executiva. Conselheiro Consultivo.
1 mConcordo.
Experienced Data & Analytics Professional | Proud father | 50+
1 mFaz 17 meses que estou esperando esse “serão valorizados” virar “estão sendo valorizados”.
Sales Manager & New Business Development at Raychem RPG - External Cooperation
1 mOtima analise! Os empregadores alemaes estao decepcionados com o desempenho das geracoes Y e Z e dao prioridade aos colaboradores mais maduros. As geracoes Y e Z tem um defice comunicativo muito alto, fato que lhes impede de transmitir credibilidade aos clientes, afetando, consequentemente, o fechamento de negocios.
Profissional de Varejo
1 mDesculpe na prática e realidade....tá longe. Abraço