E as organizações sociais nessa crise?

E as organizações sociais nessa crise?

As Organizações da Sociedade Civil têm um papel importantíssimo na nossa sociedade. Hoje, o Terceiro Setor é responsável por atuar com uma variedade de questões que afetam a sociedade na área da assistência social, cultura, saúde, meio ambiente, lazer, esporte, educação, entre outros; prestam atendimento a pessoas e famílias à margem do processo produtivo ou fora do mercado de trabalho; trabalham na garantia e defesa dos direitos dessa população; são de caráter privado, mas desenvolvem trabalhos de interesses públicos; geram emprego, e estimulam o voluntariado.

Precisamos pensar, urgentemente, em medidas que visem minimizar os impactos nas operações de tantas instituições durante essa crise do coronavirus. O objetivo é fortalecer as Organizações que estão na ponta atendendo famílias com alta vulnerabilidade social, não interrompendo os serviços até então prestados.

O impacto das medidas contra o coronavírus nas Organizações da Sociedade Civil ou ONGs é altíssimo: suspensão das atividades do lado dos atendidos, migração para um trabalho remoto dos funcionários (autônomos ou informais), demissões, impactando até mesmo e principalmente as fontes de receita e as finanças.

O cenário comum é:

1-     cancelamento de eventos, que são fontes importantes de receita para diversas ONGs do Brasil;

2-     queda acentuada de doações visto as famílias priorizarem outros gastos nesse momento;

3-     cancelamento de editais;

4-     redução de verba disponível para projetos de incentivos fiscais das empresas que tiveram grande redução de vendas.

No caso do Instituto Livres, vemos um quadro tão complexo a ponto de analisarmos a continuidade ou não dos serviços que hoje prestamos. A receita que temos este mês não dá para manter os salários da nossa equipe que está à frente dos nossos projetos que atendem 161 mil pessoas. Nossa receita advém 100% de doações, que caíram 85% em virtude do medo frente à crise do coronavirus. 

Por nosso status organizacional, não temos acesso a crédito ou empréstimos de bancos e/ou financiadoras. E somos muitos - organizações da sociedade civil...

Queremos externar nossa preocupação com o futuro das organizações que, até o momento, não foram contempladas com medidas que assegurem a sua sobrevivência, manutenção durante a crise e continuidade após.

O fechamento das organizações implicará um contingente de pessoas desamparadas, dessasistidas e ainda mais dependentes de ajuda dos governos, que também não conseguem atender a demanda.

Cremos que as autoridades têm conhecimento desse cenário e se preocupam com as entidades sociais, por isso, solicitamos uma atenção especial ao Terceiro Setor, para que não seja esquecido nesse momento tão difícil.

 

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