Futebol: O que esperar do Grêmio de Romildo Bolzan Jr. até 2019?
Foto: Lucas Uebel/Grêmio FBPA/Divulgação

Futebol: O que esperar do Grêmio de Romildo Bolzan Jr. até 2019?

Se antes muitos diziam que Fábio Koff tinha “inventado” Romildo Bolzan Jr., agora ninguém mais duvida da capacidade política-administrativa do presidente do Grêmio re-eleito por mais três anos. Mas além de títulos, o que mais esperar de Romildo até 2019?

Antes de falarmos do futuro é importante contextualizar. Vamos lembrar que em 2014 o cenário da eleição para a presidência do Grêmio era bem mais pesado do que foi o pleito de ontem. Até porque há dois anos atrás Romildo teve que suar a camisa para ganhar do comunicativo Homero Bellini Jr. E com o aval do lendário-multicampeão Fábio Koff, o carro chefe da campanha estava em torno da aquisição em definitivo da Arena como fórmula de ajustar as finanças do clube através da otimização de sua operação.

O candidato Romildo falou em entrevista na época em sócios fazendo check-in e descendo para os anéis inferiores da Arena. Além de projetar uma equipe com 70% de jogadores da base; uma racionalização do departamento de futebol; a contratação de um ou dois “jogadores de exceção” para compor um grupo equilibrado, resgatando a boa e velha fórmula vencedora com Felipão no comando (sem esquecer que Rui Costa era o executivo de futebol).

Romildo representava a continuidade da aura mística em torno de Koff-Felipão-Anos 90; algo que não funcionou, para o bem dele e do Grêmio. E antes de você atirar suas pedras, deixo claro que venero muito e dou valor aos personagens do passado tricolor. Porém manter a ideia de futebol do passado estava atrasando o Grêmio. Assim quando Romildo “demitiu” Felipão, ele se desvinculou das amarras passadas e determinou o futuro do clube, hoje finalista da Copa do Brasil.

Por isso ontem Romildo foi eleito com 85% dos votos. Porque se formos pensar em promessas, ele “fracassou” na compra da Arena; a equipe tricolor tem apenas 40% de jogadores da base e o futebol desprofissionalizou-se sem um executivo. Entretanto, ao sair da sombra de Koff, Romildo ficou “livre” para colocar em prática um modelo de gestão que hoje apresenta o Grêmio como o terceiro clube mais valioso da América.

Eu sei, listas não são títulos. Porém são indicativos importantes para a gestão de Romildo e seus pares seguir por mais três anos. Dessa forma, ao lado das propostas eleitorais da Chapa 01 de Romildo, concretamente quatro pontos são essenciais para o clube e para o torcedor gremista:

  1. No futebol é óbvia a necessidade de resultados positivos e a conquista de títulos – isso significa deixar de lado Gauchão e Primeira Liga para priorizar o tri da Libertadores e tornar-se bicampeão Mundial até 2019. E Romildo “aprendeu” por linhas tortas que o processo de formação de uma equipe capaz de chegar em finais, se dá primordialmente com a manutenção da filosofia do departamento de futebol. E essa é bem clara: técnico é funcionário do clube e jogador patrimônio.
  2. Em termos de gestão, equilíbrio administrativo-financeiro e moral para o torcedor, nada é mais relevante do que a Arena seja definitivamente do Grêmio. Não foi o carro-chefe dessa eleição, mas se em cinco anos Romildo não resolver essa pendência, o clube continuará estagnado operacionalmente; sempre buscando formas de otimizar algo que não detém o controle.
  3. Um quadro social que pague R$ 10 milhões por mês é imprescindível para o clube e um sonho não só de Romildo. Então, o torcedor terá que entender que paixão também significa associar-se e contribuir. Mas é papel do clube democratizar cada vez mais as formas de associação e promover a conscientização sobre a importância em ser associado participativo. Quem sabe assim nas próximas eleições teremos mais sócios (habilitados) votando.
  4. A marca “Grêmio” deve extrapolar as fronteiras e se tornar top of mind das Américas. E a Liga Americana de Futebol (MLS) está aí para mostrar que o futebol (enquanto negócio) na América do Sul é chauvinista e míope. Isso não significa que Romildo tenha que “gourmetizar” o Grêmio, mas colocá-lo cada vez mais na linha de frente dos clubes que entendem o business da bola.
  • Ponto extra e urgente: mudar a fonte e o formato do documento que divulga a equipe em dia de jogo. Comic Sans não dá mais.

Originalmente publicado no Torcedores.com

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