A INOVAÇÃO COMO UM FATOR CONVERGENTE E DECISIVO PARA EMPRESAS DO SÉCULO XXI
Tenho certeza que todo mundo já ouviu em seu ambiente de trabalho frases como: “você é pago pra fazer e não pra pensar”, ou “manda quem pode obedece quem tem juízo” ou ainda “cada macaco no seu galho”. Infelizmente ainda existem pessoas e organizações que pensam dessa forma.
Frases como estas foram alijadas das neoempresas porque soam negativamente e contribuem para a segregação das equipes não trazendo benefício nenhum para a organização, pois a sociedade moderna não mais aceita esse tipo de comportamento nas empresas. A consequência dessa visão tão limitada é que a administração em diversas empresas não tem muito a mostrar com relação à inovação. Por esse motivo as Neoempresas que prezam pela inovação e valorização do seu capital humano estão bem à frente das demais, porque entendem que a mão de obra hoje é vista como “mente de obra”.
Todo CEO deseja que seus colaboradores desenvolvam um trabalho excelente, mais para isso os líderes devem buscar a inovação em todos os setores e cada vez mais uma integração com seus colaboradores, mais do que antigamente.
Estamos na era da convergência da informação e uma das características dela é a hiperinformação e só vamos inovar se sairmos das quatro paredes em que vivemos para ser hiperinformados! Um exemplo bem interessante de inovação dentro das Neoempresas vi quando assisti uma palestra no Ibmec que abordou o conceito de “BRAND EXPERIENCE”. Este conceito é uma verdadeira mudança de paradigma porque altera a forma de como se compra hoje, ele busca formas do cliente ter uma experiência real com a marca pactuando a ideia de que é necessário fazer com que o cliente tenha uma experiência tangível ao comprar um produto de uma marca, seja um celular, um tênis, um computador, uma bebida, etc. e não apenas chegar a um estabelecimento comprar e ir embora, porque isso todo mundo já faz. Dessa forma, o conceito de Brand Experience é onde está o grande diferencial para as empresas em serem únicas, ser diferente das demais e buscar ser a melhor.
Empresas engessadas com modelos de gestão dos anos 80 não conseguem se adaptar à geração “Y” e tendem a diminuir. Hoje para reter jovens inovadores nas suas repartições as empresas precisam abarcar um espírito inovador, dando oportunidade e autonomia e abrindo o caminho para a criatividade, caso contrário esses jovens ao perceberem que estão estagnados simplesmente demitem seus chefes deixando a organização insatisfeitos com o estilo de governança daquela empresa. Eles estão em busca de usar sua criatividade e aplicarem tudo que aprenderam e estão aprendendo, o seu potencial, seu conhecimento e sua capacidade de inovar. Muitas empresas não conseguem acompanha-los e tendem a perder seus melhores colaboradores.
Se não existe o fator inovação e compartilhamento dentro da empresa e suas práticas de gestão ainda são presas a princípios dos anos 70 e 80 com dogmas e paradigmas que não se ajustam mais aos conceitos do século XXI. Nesta empresa não há o compartilhamento do sonho coletivo, o sonho dos gestores, do CIO, das equipes e dos clientes, portanto, esta empresa precisa ser reinventada. O sonho na verdade deve ser a primeira etapa do planejamento estratégico da empresa. Compartilhar para se comprometer.
Por isso para muitas é imperioso inovar para crescer. Mas a inovação não consiste apenas em lançar um novo produto diferente de todo mundo para sair na frente. Este na verdade é o conceito de inovação radical e poucas empresas tem a coragem e a expertise para fazer isso.
Estamos nos referindo ao processo de inovação gradativo que aos poucos muda a cultura da empresa, incentivando e compartilhando novas ideias, uma inovação onde deve ter pessoas para gerencia-la e novas habilidades são necessárias para garantir o sucesso da materialização desta inovação. E isto não se consegue rapidamente.
Em algumas empresas em que o CEO não pode se dedicar inteiramente é aconselhável criar um setor de inovação com pessoas que respire inovação o tempo todo e conheça o processo organizacional. Um setor para liderar a inovação e saiba ter um network de conhecimento, saiba procurar quem sabe com relevância para se obter informação de qualidade. O importante é que este setor deve ter poder real sobre os outros departamentos da empresa para pensar, sugerir, planejar e implantar novos projetos de inovação que possa abranger o plano estratégico da organização e gerar competitividade.
No entanto, sabemos que existe uma lacuna entre a necessidade e a capacidade de inovar. Uma pesquisa revelou que diversas empresas em que a inovação é levada em consideração a necessidade supera a capacidade. Embora 96% dos executivos considerem a criatividade essencial para suas empresas, apenas 23% delas tiveram êxito em tornar a inovação parte integrante da empresa.
Portanto, inovar não é fácil, mas é preciso. E pode ser tão necessário empreender a inovação nas empresas quanto implantar uma cultura de criatividade dentro dela. O certo é que sem criatividade não há inovação!
Fabio Anjos