As lições de negócios que aprendi em Balac

Havia uma estagiária da área de atendimento ao cliente, de uma grande rede de lojas que estava muito preocupada. Ela havia sido chamada para ir conversar com um profissional do departamento de recursos humanos e estava certa de que seria demitida. Afinal, o país estava novamente em uma crise e a empresa já estava fechando algumas de suas lojas.

Ao iniciar a conversa, a pessoa do RH perguntou informou que ela seria demitida pois a loja não estava vendendo o suficiente para arcar com os seus custos. Ao ouvir isso, a estagiária relatou todos os problemas que ocorriam na loja e as principais reclamações dos clientes, convencendo a pessoa do RH a conversar com o dono da loja, convencendo a pessoa do RH que diversas outras lojas continuavam abertas e que apesar da crise, havia chance da loja que ela trabalhava de ter um resultado operacional positivo.

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Na Parashá da semana passada, denominada Balac, conta-se a história de um rei com esse nome que contratou um mago chamado Bilam, extremamente poderoso, para amaldiçoar o povo judeu.

Bilam sabia que não poderia fazer nada contra a vontade de D´us e deixou isso claro aos enviados de Balac. No entanto, Balac foi persistente e assim, Bilam pediu-lhes que passassem a noite ali, pois somente à noite ele tinha o privilégio de receber inspiração Divina.

Durante a noite, Bilam teve uma visão, autorizando-o a partir com os homens de Balac, sob a condição de que ele não poderia dizer nada além das palabras que D´us colocaria em sua boca. Assim que Bilam se levantou pela manhã, selou sua mula e partiu com os príncipes de Moáv. Mas D´us ficou zangado com a ânsia de Bilám em causar mal ao povo judeu e enviou um anjo para bloquear o seu caminho. 

Então, a mula viu o anjo de D´us com a espada na mão e tentou fugir dele. Em uma das tentativas, a mula se arrastou pelo muro, ferindo assim o pé de Bilam. E a cada “erro” que a mula cometia, Bilam batia no animal. Quando o anjo parou exatamente em frente à mula, impossibilitando-a a desviar-se dele, a mula se agachou, recusando-se a seguir em frente. 

Logo após Bilam bater brutalmente com o seu cajado na mula pela terceira vez, D´us concedeu o dom da fala a ela, e ela perguntou ao atordoado Bilam porque a agredira. Bilam respondeu que a teria matado se tivesse em mãos uma espada e, enquanto Bilam falava, D´us abriu seus olhos e ele enxergou o anjo com a espada na mão. O anjo falou que havia sido ele quem bloqueara a estrada e que Bilam tinha sido injusto com a mula. 

Mais ao final da história, vemos que ao invés de amaldiçoar o povo judeu, milagrosamente as palavras que saíram da boca de Bilam foram de bençãos.

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O que aprendemos com essas duas histórias pode parecer simples, mas deve ser lembrado sempre. Ao administrar um negócio, muitas vezes não vemos realmente o que está acontecendo no front pois lidamos no nosso dia a dia com questões mais estratégicas, como a medição de resultados, o financiamento, o planejamento e outras questões em que os líderes se envolvem mais. Contudo, ao não darmos voz a todos os funcionários, não obtemos dados sobre tudo o que está acontecendo no dia a dia da empresa. Podemos ser levados a crer que uma loja não dá resultado por conta da situação atual do país ou até mesmo pela praça em que ela se encontra. 

No entanto, ao darmos voz aos profissionais que estão no nível operacional das nossas empresas, podemos encontrar pérolas que farão toda a diferença ao negócio. Assim foi com a história da estagiária que relatou pontos de melhoria importantes para a rede de lojas.

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Portanto, mesmo que nós acreditemos que somos mais inteligentes e que sabemos mais do que os demais, devemos sempre lembrar que podemos aprender muita coisa com os outros, até mesmo alguém que julgamos inferior, como o caso da mula, por exemplo.

Uma boa semana para todos,

Marcos Akstein