As lições de negócios que aprendi em Nassô

As lições de negócios que aprendi em Nassô

Em homenagem ao Rabino Moishe Lencynski

Havia um homem, muito inteligente e esforçado, que resolveu abrir uma loja em um shopping center recém-inaugurado. Passado alguns poucos anos, a loja deste homem havia prosperado, porém os lojistas em volta dele não haviam tido tanto sucesso e muitos passavam por dificuldades.

Pensando nisso e vendo que o shopping era mal administrado, este homem resolveu se candidatar à síndico do condomínio para ajudar na gestão do shopping. Contudo, sua falta de experiência em gerir um shopping center, aliada à sua falta de tempo para administrar os dois negócios juntos foram fatores determinantes para evaporar a última gota de esperança de muitos empresários do shopping. Assim, aos poucos, apareciam placas de vende-se ou aluga-se nas vitrines e, para piorar, o ano era de crise nos mercados nacional e internacional.

Bem-intencionado, porém vendo uma oportunidade de negócios, este homem começou a adquirir algumas lojas que estavam à venda por uma bagatela, já que ele poderia ajudar o colapso financeiro de lojistas-proprietários que se endividaram e, também, ganhar mais dinheiro ainda com a fama do seu negócio, expandindo a diversidade de produtos que levariam a marca da sua rede. Ou seja, além da sua loja original que vendia roupas masculinas, agora ele poderia montar outras lojas com o mesmo nome, porém para vender roupas femininas, roupas para crianças e para pessoas de idade mais avançada.

Num piscar de olhos, este comerciante e síndico recebeu uma notificação judicial movida por diversos ex-proprietários, alegando que sua administração era propositadamente péssima, e que a intenção desse homem era afundar as lojas para adquiri-las a um preço muito inferior ao que elas efetivamente valiam.

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Uma história relativamente parecida com a descrita acima aparece descrita na parashá Nassô. Essa parashá é a porção que foi relida pelo povo judeu nos estudos da Torá da semana passada.

A história a qual eu me refiro conta que havia um casal e um dia a esposa resolveu se encontrar com outro homem, por algum motivo qualquer. Essa mulher não apenas se encontrou com outro homem como também entrou em sua casa sozinha e desacompanhada de qualquer outra pessoa. Ou seja, ela ficou a sós com outro homem.

Ao sair da casa desse homem, aparentemente ela foi vista por alguém que conhecia seu marido, causando ciúmes e pensamentos negativos. Apesar de tudo, a esposa afirmava com unhas e dentes que nada ruim havia acontecido e, mais para frente na história ela foi levada a julgamento. No restante conta-se que uma quantidade de água dada para ela beber e, se ela estivesse falando a verdade, nada de ruim aconteceria com ela. Porém, se ela estivesse mentindo, D´us iria amaldiçoá-la junto ao seu povo.

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O que ambas as histórias acima possuem em comum é o fato de que tanto as ações do comerciante-síndico quanto a atitude da mulher potencialmente infiel levantaram suspeitas e maus pensamentos daqueles à sua volta. Se o comerciante não tivesse virado síndico e aberto novas lojas, ninguém iria suspeitar que ele fazia o mal para seu próprio bem. Da mesma forma, se a esposa não tivesse se encontrado com outro homem, seu marido não teria ficado ciumento e envergonhado pelas fofocas que circulavam em sua comunidade.

Portanto, a lição que tiramos dessas histórias é que não basta ser honesto. Precisamos parecer honestos. Afinal, credibilidade e reputação são qualidades que demoram muito tempo para serem construídas e que podem se acabar com uma simples e impensada ação. E para finalizar, ressalto aqui a importância de cuidar da nossa reputação e, também, da reputação da empresa para a qual trabalhamos, para que possamos alcançar nossos objetivos e sustento com mais facilidade.

Tenham todos uma ótima semana,

Marcos Hess Akstein 

Jana Moraes

Comunicadora | Apresentadora | Vendedora |Mestre de Cerimônias | Palestrante

3 a

Muito bom! 👏🏼👏🏼👏🏼

Bolivar Barreira

Partner na Vehuiah Consultoria e Negócios

3 a

Podemos estar convictos de nossas ações mas muitas vezes não somos compreendidos , portanto é necessário sempre comunicar e interagir com nossos pares... essa parte do texto me identifiquei bastante. Ótima reflexão Marquinhos!

Rafael Spinola

Consultor Autônomo | HomeOffice

3 a

Muito bom Marquinho! Excelente texto... impecável na escrita e com um conteúdo que estimula a reflexão. Não só na necessidade de estarmos atentos às nossas ações, mas também no julgamento que muitas vezes fazemos, sem medir as consequências. Parabéns!

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