Nossa Amazônia...
Tem sido frequente discussões, em nível global, relacionadas a internacionalização da Amazônia por se tratar de um patrimônio da humanidade.
Discordo!
A Amazônia, é parte do território de nove países, sendo que a maior porção está dentro do território brasileiro. Isso é um fato soberano. Mas considero genuína a preocupação mundial relacionada a sua manutenção, dada a sua relevância ambiental e cientifica para o planeta. Portanto, apesar de que a maior porção do território da Amazônia a nós pertence, não significa que temos o direito de destruí-la.
... para manter a floresta em pé, além de requerer organização, planejamento e ações concretas urgentes, tem como ponto de partida um despertar de consciência da população brasileira e o suporte político que hoje é muito débil.
O Brasil está perdendo uma grande chance de maximizar o potencial das suas florestas, talvez porque a grande área de florestas que o pais possui foi herdada casualmente, sem requerer esforços para ergue-la. Parece ser inerente ao comportamento humano não valorizar aquilo que não requer esforço para conseguir. Portanto, para manter a floresta em pé, além de requerer organização, planejamento e ações concretas urgentes, tem como ponto de partida um despertar de consciência da população brasileira e o suporte político que hoje é muito débil. Isso não quer dizer que a floresta deve ser intocável, mas a sua exploração deve ser feita de forma consciente, planejada e fiscalizada.
O povo brasileiro precisa despertar para o altíssimo potencial econômico da floresta amazônica, que possui uma biodiversidade sem igual. Primeiramente, a floresta amazônica tem importância singular na regulação do clima. Então os brasileiros como detentores da floresta deveriam trabalhar pesado para monetizar este serviço que hoje é prestado gratuitamente. Certamente isso requer um esforço importante no sentido de criar uma estratégia climática com âmbito global que permitisse ao Brasil cobrar por estes serviços.
Precisamos abandonar a pecha de pais exótico e mostrar ao mundo que a floresta amazônica vai além de um lugar com índios nus e macacos pendurados em arvores. Há que se trabalhar arduamente para maximizar o valor da biodiversidade em nosso território, através da comprovação de que muitos componentes vitais a saúde, alguns ainda desconhecidos, são ou serão extraídos do bioma amazônico.
Como a importância da floresta Amazônica já é reconhecida mundialmente, o trabalho a ser desenvolvido seria o de criar um sistema de extração de valor, através de políticas domesticas sustentáveis de exploração dos recursos naturais, e de políticas internacionais de geração de divisas com a venda de produtos e matérias prima da floresta, além de cobrar pelos serviços relacionados ao clima.
Não existe mais espaço para seguir desmatando as áreas de florestas para agricultura, pecuária e mineração, bem como poluir as águas dos rios com produtos tóxicos usados na agricultura e exploração de minérios. Se não houver uma ação rápida no sentido de corrigir os rumos da destruição desenfreada da floresta amazônica, o pais vai enfrentar uma forte rejeição aos seus produtos. Aliás isso já vem acontecendo, é o caso da gigante chinesa do ramo de alimentos Cofco, que exigirá rastreabilidade de 100% da soja brasileira, até 2023, visando evitar adquirir o produto de áreas desmatadas.
Existe uma visão míope, de muitos produtores brasileiros, de que o mundo não tem opção para suprir a demanda, por exemplo, de soja que o Brasil produz.
Na Europa, alguns grupos varejistas encaminham ações para retirada de produtos brasileiros de suas gondolas. Essas ações vêm acontecendo em vários países, aonde consumidores mais atentos estão rejeitando, por exemplo, a carne bovina produzida na região amazônica, por ter a sensação de estar apoiando a destruição da floresta. Se o boicote a produtos agrícolas brasileiros se disseminar, será um desastre para a economia nacional, pois além da perda imediata de receita, se buscará uma alternativa a esses produtos, como consequência vai ser muito difícil recuperar este espaço. Isso sem levar em conta outro problema gravíssimo da agricultura brasileira que é o uso desenfreado de agrotóxicos, mas isso fica para outra discussão.
Existe uma visão míope, de muitos produtores brasileiros, de que o mundo não tem opção para suprir a demanda, por exemplo, de soja que o Brasil produz. Não tem hoje, mas muitos países podem se organizar e em poucos anos ter produção suficiente para rejeitar o produto brasileiro de origem de terras desmatadas.
Há que se entender que a floresta em pé pode ser muito mais atrativa economicamente para o pais, sem se levar em conta aspectos como o da imagem e do turismo. A mesma Amazônia que coloca o Brasil como centro do planeta, pode tira-lo facilmente, se não for apresentado rapidamente ao mundo uma política de exploração sustentável da floresta.
Gestão de Empresas e Pessoas I Mentoria & Coaching I Consultoria I Treinamentos Corporativos I Palestrante
4 aLuiz, estou feliz por ler essa matéria, tenho exatamente o mesmo pensamento. Tenho visto as matérias referente ao assunto, os ativistas e isto me levou a refletir sobre a questão: a amazonia é nossa, é o pulmão do mundo é verdade, mas isso pode ser um benefício bem explorado com planejamento e organização.