O PAPEL DOS CONSELHOS EM TEMPOS VOLÁTEIS E CENÁRIOS DE INCERTEZAS

Parte do PFCC - Programa de Formação e Certificação de Conselheiros da Board Academy Br

O mundo empresarial sempre foi e sempre será cercado pelas incertezas da economia, das questões sanitárias, do clima, das necessidades dos clientes, dentre outras. A depender do ramo de atividade, é sim possível, ter uma previsibilidade de algumas das variáveis que impactam negativamente os negócios, porém, não há como se ter uma real assertividade do nível que algo como a Pandemia da COVID-19 irá de fato impactar em cada empreendimento.

A INCERTEZA DO AMANHÃ

               O conceito de uma boa Governança, sugere que a Organização defina sua Visão de Futuro, ou seja, faça um exercício do mais longe possível consiga enxergar, de onde quer estar no futuro, mesmo com a presença de incertezas. Sem a definição do desejo do estado futuro, a Organização ficará sem rumo, terá dificuldade em tomar decisões, haverá falta de alinhamento entre as lideranças e dificilmente, ela conseguirá ultrapassar os desafios que encontrará ao longo do caminho.

               Para que isso ocorra da maneira mais natural possível, a Organização precisará se conhecer bem, definindo de forma clara seu estado atual e futuro, identificando o melhor caminho a ser seguido.

               Por falar de futuro, podemos evidenciar algumas das tendências que impactam as Organizações, porém, o nível de intensidade destas variáveis, irá depender de como a empresa estará preparada para as mudanças constantes:

 - Cadeia de Suprimentos;

- Política Econômica e Monetária;

- Clima;

- Inovação Tecnológica;

- Questões Sanitárias; e

- Insegurança Jurídica.

   A INOVAÇÃO COMO ALIADA

                Uma das alternativas para as Organizações mitigarem o impacto das constantes mudanças do mercado e suas ameaças, é a Gestão da Inovação. Fizemos uma importante reflexão a respeito em Artigo publicado anteriormente intitulado “O constante e necessário desafio da Inovação e Transformação Digital nas Organizações.

  Citamos que um dos tipos de Inovação, a Disruptiva, esta por sua vez, transforma por completo a oferta do bem ou serviço, chegando a impactar não somente no comportamento do consumidor, mas tornando o anterior, praticamente obsoleto. Nestes casos, as Organizações que não se preparem para as transformações, mudanças naturais e fatos alheios à nossa vontade, serão “eliminadas” do mercado, pois não haverá tempo suficiente para se prepararem na maioria das situações.

  Podemos presenciar negócios de setores como Educação e Saúde que já vinham sinalizando constantes mudanças de mercado, após a Pandemia da COVID-19, foram e ainda estão sendo reestruturados, alguns não conseguiram se manter “vivos”, outros tiveram a sensação de voltar no tempo e outros, que estavam “preparados” para as incertezas do mercado e conseguiram se “adequar” relativamente rápido, puderam aprender, aproveitar as oportunidades e se adequaram à “nova” realidade a partir de então.

               Em condições normais, uma Organização bem estruturada com processos definidos, pessoas qualificadas em suas funções, bom clima organizacional e planejamento em dia, ainda sente as oscilações corriqueiras do dia a dia, porém em uma crise grave, tudo aquilo que a priori funcionava muito bem, pode passar a não ter tanto sentido, precisando então de ajustes perenes. Por outro lado, aquela que não apresenta as condições anteriormente mencionadas, terá sem dúvida alguma, mais dificuldades de adaptação e sobrevivência.

               A diferença então não é apenas as consequências comparativas de uma e outra Organização, ou o nível de impacto das incertezas sobre elas, mas sim, o quanto cada negócio está preparado para enfrentar as incertezas comuns do mercado e além destas, aquelas inerentes ao seu segmento.

O CONSELHO E AS INCERTEZAS

               Temos apresentado ao longo de diversos artigos, o quão é importante a presença do Conselho em uma Organização, neste artigo em particular, destacamos o papel do Conselho em tempos de incertezas, cabendo o que segue:

 - Reconhecer as individualidades e diversidade;

- Primar pela transparência na construção da confiança;

- Adotar a empatia e resiliência; e

- Trabalhar com foco no coletivo.

               Por outro lado, deverá evitar:

 - O excesso de otimismo;

- Respostas inseguras; e

- Esgotamento Organizacional, este último quando não há limites às questões físicas e psicológicas em tempos de crise.

               Assim, os Conselhos devem evoluir em busca de sua maturidade, iniciando por um Conselho Elementar, seguindo para um Conselho Desenvolvido, em seguida para o Avançado e chegando à maturidade como um Conselho Estratégico.