O CONSELHO E SUAS COMPETÊNCIAS NA ANÁLISE FINANCEIRA DA ORGANIZAÇÃO

Parte do PFCC - Programa de Formação e Certificação de Conselheiros da Board Academy Br

Quando falamos em Governança e no impacto que as finanças causam no resultado da Organização, sem sombra de dúvida, “provocamos” boas reflexões acerca do assunto. Pesquisa realizada no Brasil, segundo o site www.infomoney.com.br, revela que apenas 10% das empresas, fazem planejamento financeiro e utilizam ferramentas e metodologias para melhoria da gestão e medição dos resultados.

  No caso das pequenas e médias empresas, este índice é ainda mais baixo, uma vez que dificilmente os pequenos negócios se utilizam das informações da contabilidade para análise e tomada de decisões, o que ainda podemos considerar, uma prática razoável em termos de gestão.

 AVALIAÇÃO FINANCEIRA DO DESEMPENHO DA ORGANIZAÇÃO

  No que tange à uma boa gestão e utilização de instrumentos no âmbito das finanças, podemos destacar abaixo alguns instrumentos que, com sua utilização, irão impactar positivamente nos resultados da empresa, deixando de lado uma visão tradicional de somente “ficar olhando no retrovisor” e de fato passar a olhar para o futuro.

 - Orçamento: É um plano financeiro, onde constam as receitas e despesas previstas para um determinado período, nossa recomendação é que a Organização tenha um orçamento advindo de um plano estratégico.

 - Investimentos: É o volume de recursos direcionados para os diversos investimentos que a empresa pretende executar em determinado período (equipamentos, tecnologias, infraestrutura, etc), onde estes devem constar no orçamento.

 - Demonstrações Financeiras: São relatórios onde constam informações relevantes para a melhor análise do Conselho e futura tomada de decisão, as principais demonstrações financeiras são o Balanço Patrimonial, DRE e Fluxo de Caixa.

 - Balanço Patrimonial: É um importante instrumento onde são destacadas informações atuais sobre o ativo, passivo e patrimônio líquido da empresa, um verdadeiro “retrato” da Organziação.

 - DRE: É um relatório gerencial, constando as receitas, despesas, lucro ou prejuízo de um determinado período. Instrumento importante para identificação de pontos a melhorar em busca das metas já estabelecidas.

 - Fluxo de Caixa: É um relatório que possibilita aos envolvidos, um “olhar” mais à frente sobre as entradas e saídas de recursos, desta forma, dando condições ao gestor de tomar uma decisão preventiva, garantindo assim, mais chances positivas de resultado.

 - “Cash is King”: É uma expressão que traduz a importância de sabermos como está a geração operacional de caixa, como fator preponderante ao sucesso do negócio.

 INDICADORES FINANCEIROS E DO NEGÓCIO

  Seguindo esta linha de raciocínio, e ao utilizar dos instrumentos já relatados anteriormente, a Organização também deverá utilizar indicadores que possam de fato demonstrar, se as metas e objetivos estratégicos estão ou não sendo alcançados.

  Para que isto aconteça, deve instituir e priorizar indicadores que lhe ajudem de maneira mais objetiva possível, a averiguação dos resultados e uma possível tomada de decisão. Dentre os indicadores existentes, apresentamos abaixo, os principais tanto no âmbito financeiro como no de negócio:

 - Índice de liquidez;

- Prazo Médio de Recebimento;

- Índice de inadimplência;

- Retorno do Investimento;

- Ebitda;

- Ticket médio;

- NPS.

O PAPEL DO CONSELHEIRO

  A pauta de finanças deve ser a primeira na reunião de Conselho, pois as demais decisões seguintes devem ser tomadas já com o conhecimento dos números apresentados, desta forma, haverá uma maior assertividade na tomada de decisões.

  O conselheiro por sua vez, deverá dar ênfase na gestão orçamentária analisando o equilíbrio entre as previsões e realizações, no âmbito de Investimentos, Avaliação dos Riscos, Controle Interno e, principalmente o cumprimento das Normas e Procedimentos.

Daremos sequência a estas reflexões e seus impactos, em nosso próximo artigo sobre o Conselhos nas empresas familiares.