Quantas vezes você é capaz de se reconstruir?

O meu primeiro momento de reconstrução foi aos 25/26 anos, morava em uma cidade pequena do Rio Grande do Sul, que tinha uma perspectiva de carreira muito baixa. e meu estágio tinha sido na fábrica, sim a RIOCELL – trabalhei com 3 mestres da Comunicação, sim a Turma já tinha Prêmio de Comunicação Brasil, Maria Cristina FutebolClube Dornelles, era Ferreira da Costa, Antonio de Lisboa Mello e Freitas, Lauro dávila, com d minúsculo e fã dos Beatles e é claro, meu eterno amigo que arrasa até hoje lá como CMPC, Dani Brambilla.

Sim tinha uns 20 anos. E 2º. Semestre de Comunicação. Haja que não ia aprender com essa turma!

Na época eu tinha tudo programado para estudar fora do país, mas, a vida acontece, né? E aconteceu…

Minha querida mãe faleceu e eu me vejo em uma situação onde sou a estrutura da casa, com irmãos e pai com um burnout, sem conseguir trabalhar. Aqui precisei repensar sobre minha carreira, porque não poderia mais ir para fora.

Eu sempre tive sonhos de conhecer o mundo, mas sabia que eu precisava começar pelo jardim da minha casa, e foi assim que tudo aconteceu.

Aos 26 anos, me deparo com o seguinte classificado do jornal - na época era assim que encontrávamos emprego, quem lembra?

Era um anúncio nos classificados do Caderno EMPREGOS da ZERO HORA, “Não importa a cor, credo ou religião“. Assinado DELL Computadores.

Sim, diversidade tava lá e era 1999! Fiz eternos amigos. E era de alma, vi gente de todo jeito entrar, e eu achava muito legal, era a vontade! Era a alma das pessoas por construir, por crescer. E a Dell, sim gente em 1999 não havia Dell no Brasil e a gente comprava uns computadores montados daquele jeito!

Para me recolocar, eu precisei enviar um currículo, mas minha impressora só tinha tinta azul, e eu só tinha dinheiro para pagar minhas aulas de inglês com o Dani para entrar, então foi azul mesmo.

Passei na frente da Del, na época eu também tinha um Ka - adivinha? Azul também..

Deixei meu currículo na porta e sai pensando: “Qual a chance? Uma multinacional de tecnologia, me chamar para entrevista com um currículo azul“.

E a entrevistadora, que hoje é uma grande amiga, sim, ela mesma Wendy Ramirez. Escolheu meu currículo. Fui selecionada e ai começa uma longa jornada de aprendizado no modelo de negócios único no mundo, da Dell.

Nesse meio tempo já observava e pensava como fazer as pessoas engajarem na empresa, bati recordes de vendas com a equipe e aprendi muito sobre carreira, liderança e engajamento e como as pessoas como indivíduos poderiam transformar suas vidas e carreira.

Em 2010, tinha terminado minha casa dos sonhos, agora vai! Maternidade, família, sossêgo. Curtia trabalhar na Produtive e em Porto Alegre, aprendi muito com a turma, Rafael Souto e Kátia Ackermann,acredite a Kátia era da inha equipe, sempre voou. E a Luciana Saldanha, me botou no colo, entre outros. E lá vem. Vamos “abrir SP” e é tu.

Mala e cuia, e claro, uma mas era de sapatos! Carrano, claro!E num chão de flat empoeirado, montei meu linkedin e o primeiro da Produtive, a contragosto do patrão que hoje dá aula de redes sociais e influencer, risos!

Era para ser organizado, mas lá vamos nós, negócios se anteciparam e nos ajustamos. Meu 1º. Ano de SP veio com muita conquista de trabalho e muita dor, pessoal – dos amores e de recomeço. Abri para conhecer a turma de Sampa. Tenho amigos irmãos dessa época até hoje!

Conheci o mundão, aprendi com designer institucionais que hoje são meus parceiros e amigos pelo mundo. Dores e amores do mundo do trabalho me trouxeram para um contexto que já não podia evitar.

@Janaina Rost tu fala comigo muito sobre mercado, mundo do trabalho, gosto de tomar minhas decisões contigo. Cuida do meu irmão, mulher, não tá feliz e pode mais. Pandemia trouxe-nos a eterna impermanência, a sermos 100% em tudo. E vi muita gente sofrendo dores e amores – de vida e trabalho.

O que era certo passou a ser incerto. Já não éramos + quem pensávamos. Nem tudo estava acomodado. Rotinas novas. Março veio na força da transformação – do tapa da cara, e do muda ou muda. E aqui desmontei os tijolos da vida – sim, é preciso abrir a parede para achar o vazamento, onde sangra.

Tijolo por tijolo, tive amigos, fui ao doutor, sim a alma e as emoções precisaram. Fui ao colo da família, dos amigos, que é preciso.

Hoje com 50 anos, olho para o passado e sinto que nunca estive tão eu, esse ano, sofri muito com tudo que ocorreu - da psicologia, da psicanálise, para a vida. Daniel Ritzel. Encontrei doutores para os produtos e o que queria fazer, sim a turma do @JanaRock.

Aprendi que hoje meus valores de vida estão mais claros do que nunca, acredito no amor e na verdade das relações vividas.

Me RECONSTITUI, resgatei minha alma aventureira, e o que tem pela frente? Possivelmente, muitas construções e reconstruções, mas a essa altura, o que mais valeu foi me resgatar enquanto essência de vida e propósito.

Viva aos 50 anos!