Quanto um C-LEVEL irá gastar em um plano de saúde ao se desligar da empresa?

Quanto um C-LEVEL irá gastar em um plano de saúde ao se desligar da empresa?

A transição de carreira para executivos pode ser um processo complexo, e um dos maiores desafios é a questão dos planos de saúde. Acostumados a planos de saúde robustos fornecidos pelas empresas, muitos profissionais se veem surpresos com o custo de manter o mesmo nível de cobertura ao se desligarem da corporação. Esse custo, muitas vezes, é significativamente maior do que o esperado, e pode impactar de forma expressiva as finanças pessoais.

De acordo com um estudo da MOST , que analisou os principais planos de saúde do mercado para a faixa etária de 49 a 53 anos, os valores são bastante elevados. Para aqueles que desejam manter planos de saúde premium, que oferecem cobertura em hospitais de ponta como o Einstein, Sírio-Libanês e o laboratório Fleury, o custo mensal médio é de R$ 3.773,64 para planos sem coparticipação. Optando pela coparticipação, o valor cai para R$ 3.074,08, mas ainda assim, representa um desembolso considerável.

Para os executivos que buscam alternativas mais acessíveis, os planos de saúde intermediários, que oferecem uma boa cobertura, mas sem incluir hospitais de excelência, custam em média R$ 1.751,06 (sem coparticipação) ou R$ 1.383,75 (com coparticipação). Esses valores, embora mais baixos que os planos premium, ainda representam um peso significativo no orçamento pessoal, especialmente quando comparados aos custos subsidiados pelos planos corporativos.

Esse aumento expressivo nos valores dos planos de saúde se deve, em parte, à forma como as operadoras calculam os riscos. Na faixa etária de 50 anos ou mais, a tendência é que os beneficiários usem o plano com mais frequência, seja para consultas regulares, seja para o tratamento de doenças crônicas, que se tornam mais comuns com o envelhecimento. A ANS, responsável por regular o setor de saúde suplementar, impõe limites aos reajustes anuais, mas o preço dos planos individuais é, historicamente, mais alto do que o dos planos empresariais, devido à ausência de subsídios corporativos e ao aumento da sinistralidade com o avanço da idade.

Além dos altos custos, muitos executivos enfrentam dificuldades com a portabilidade dos planos de saúde. Embora a Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS garanta o direito à portabilidade para evitar carências ao trocar de plano, o processo nem sempre é simples. Em muitos casos, executivos que já possuem um longo histórico com planos de saúde empresariais podem se deparar com novos períodos de carência ao migrarem para planos individuais ou familiares. Essa situação pode ser especialmente preocupante para quem já faz uso regular do plano para tratamentos contínuos.

Dados da ANS indicam que mais de 47 milhões de brasileiros possuem planos de saúde privados, e a faixa etária de 50 a 59 anos é uma das que mais utiliza esses serviços. O aumento da longevidade e da qualidade de vida fez crescer o número de executivos que permanecem ativos no mercado, mas também gerou uma pressão maior sobre os custos de saúde suplementar. As operadoras, por sua vez, ajustam seus preços com base nessa demanda crescente, tornando os planos de saúde um item de luxo para muitos.

Portanto, é essencial que executivos que planejam se desligar de suas empresas considerem, com antecedência, o impacto financeiro de manter um plano de saúde privado. Os valores levantados pela MOST mostram que o custo pode ser substancial, especialmente para aqueles que desejam manter o padrão de atendimento em hospitais e laboratórios de referência. O planejamento financeiro é, sem dúvida, uma etapa crucial nessa transição, garantindo que o executivo possa seguir sua nova trajetória sem comprometer o acesso à saúde de qualidade para si e para sua família.

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