Tarefas repetitivas e seus riscos
Quando entramos em tarefas repetitivas estamos sujeitos ao perigo de maus resultados cada vez que quebramos essa rotina. Usando o exemplo do acidente do jatinho Lear Jet em Pampulha onde tivemos uma fatalidade, um ferido grave e um leve. Não faço parte da CIAA, Comissão de Investigação de Acidente Aeronáutico e sei que só os investigadores poderão, através de dados e fatos, emitir a conclusão, mas a experiência me ajuda a dar uma possível das causas. Estavam fazendo o terceiro toque e arremetida, provavelmente em instrução e provavelmente eles se esqueceram de baixar o trem de pouso vindo a pousar de barriga e ocasionando o acidente. Outro exemplo semelhante foi uma aeronave fazendo testes de aproximação para pouso. Cada vez que configuravam o avião para pouso (baixar flaps, reduzir potência, etc.) sem baixar o trem de pouso (optaram por aproximar e arremeter sem pousar) o alarme tocava (‘landing gear”, “landing gear”...). Após várias aproximações o engenheiro começou a se sentir mal e resolveram cancelar os testes indo para pouso. Só que haviam desligado o alarme que atrapalhava e não viram que haviam também esquecido de baixar agora o trem de pouso para pouso completo. Pousaram o avião de barriga avariando ambos motores, fuselagem, etc.
Saindo da aviação. O pai sempre pegava a filhinha e a levava para a escola antes de ir para a sua loja de materiais de construção. Um belo dia, ao sair de casa, recebeu uma ligação da loja e resolveu quebrar a rotina e passar primeiro na loja. Estacionou a pick-up e foi para a loja resolver o problema. Só que esqueceu a filhinha dentro do veículo o qual tinha vidros “fumê” e não permitiam que as pessoas ao passarem vissem a criança. Após 3 horas alguém lhe perguntou como ia a sua família e ele saiu correndo se lembrando da filha. Tarde demais, estava morta.
Cuidado quando você resolve ou tem de mudar uma rotina, uma tarefa repetitiva. As probabilidades de algo ser esquecido aumentam e, portanto, os riscos também aumentam.