Uma teoria de prevenção do crime pelo design ambiental

Uma teoria de prevenção do crime pelo design ambiental

Olá! Estamos chegando com mais uma edição da Lellolab News, nosso espaço para debater a vida em comum. Seguimos nossa conversa sobre segurança nas cidades, com foco em ações comunitárias e de urbanismo. Hoje vamos falar sobre uma teoria: a Prevenção do Crime por meio do Design Ambiental (CPTED, na sigla em inglês). 


Conforme definido pela associação internacional que se dedica ao debate e promoção do tema, é uma abordagem multidisciplinar que tem como objetivo reduzir o crime e o medo do crime. A origem dessa ideia está nas formulações de Jane Jacobs (sim, de novo ela), de que a segurança na cidade está relacionada à presença das pessoas nos espaços públicos e à vigilância natural que acontece quando as pessoas olham a rua. A partir dessa ideia inicial, nos anos 1970, o arquiteto Oscar Newman e o criminologista C. Ray Jeffery avançaram na formulação do conceito, assentando-o sobre quatro elementos fundamentais.

Territorialidade: Projetar espaços “semipúblicos” para que os residentes e comerciantes assumam o sentimento de propriedade sobre esses espaços, como hortas coletivas, por exemplo. Quando as pessoas veem a vizinhança como seu espaço, tendem a cuidar mais.

Vigilância Natural: Usar iluminação, paisagismo e linhas de visão claras para aumentar a visibilidade, permitindo que os residentes observem espaços e reduzam oportunidades de crime.

Imagem e Ambiente: A promoção de ambientes mais limpos e organizados tendem a fortalecer o vínculo da comunidade com o ambiente, tornando-o mais seguro. Controle de

Acesso: Quando está muito claro onde as pessoas deveriam estar, torna-se evidente quando alguém cruza essa fronteira para um lugar onde não deveria estar. A ideia, portanto, é que o desenho do ambiente e até intervenções dos moradores criem esse controle. Essa ideia é alvo de críticas


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Mais tarde, na década de 1980, foi agregado à essa discussão o conceito de “janela quebrada”. Resumidamente, a ideia é a seguinte: Se uma janela de um edifício for quebrada e não receber logo reparo, a tendência é que passem a jogar pedras nas outras janelas. Ou seja, o constante zelo e qualificação do espaço público estão diretamente relacionados à construção de ambientes urbanos mais seguros.

A evolução do debate teórico levou à chamada Segunda Geração da Prevenção do Crime por meio do Design Ambiental, quando foram incorporadas formulações mais sociais, do campo das relações humanas. Seguindo ainda a trilha da Associação Internacional de CPTED, temos os seguintes pilares para este novo momento:

Coesão social: Melhorar as relações entre moradores, focando na resolução de problemas locais com programas como Vigilância de Bairro e grupos sociais. 

Cultura comunitária: Reunir pessoas para criar um senso de propósito comum através de eventos culturais e atividades comunitárias.

Conectividade: Evitar a exclusão conectando bairros e promovendo a inclusão por meio de alianças, comunicação e eventos compartilhados. 

Capacidade limite: Promover a diversidade de uso do solo em bairros, oferecendo espaços de socialização.


Disque CPTED

 

Essa foto acima é da cidade de Tacoma, no estado de Washington, nos Estados Unidos. O município oferece a seus habitantes um serviço de consultoria em CPTED. É só entrar em contato com o departamento indicado que eles vão ao local solicitado e indicam quais intervenções devem ser feitas para tornar o ambiente mais seguro.


Para ir além


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Esta edição é uma produção O Expresso + Lellolab

Edição: Camila Conti e Gustavo Panacioni

Texto e pesquisa: Estelita Hass Carazzai e João Guilherme Frey

Percival Barboza

Arquiteto da Segurança | CPTED Advisor | CEO PB+A Essential Consultancy | Presidente CPTED Safe Cities Brasil

5 m

Alô Audrey, tudo bem? Não precisa de contribuição para isto? Forte abraço.

Audrey Ponzoni

Diretor de Inteligência Comercial | Líder em Inovação no Mercado Imobiliário | Expert em ESG, Blockchain e Gestão de Empreendimentos

5 m

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