VIVENDO O AMOR EM FAMÍLIA

VIVENDO O AMOR EM FAMÍLIA

Eduardo Shinyashiki


As nossas vidas estão mudando nesses dias de pandemia e estão mudando nas nossas casas, dentro das nossas famílias.

As sensações de medo, isolamento e incerteza estão presentes mais do que nunca, é um momento de dor para o mundo inteiro, isso é evidente.

Somos acostumados a fazer vidas muito “fora” de casa e da família, passamos geralmente mais tempo no trabalho e na escola que em família, então o estar fechados em casa pode nos assustar e causar ansiedade, angustia, tédio, raiva e medo.

Porém, o que podemos fazer para que esse momento de isolamento possa ser uma ocasião favorável para nós mesmos e a nossa família?

Sabemos que se entregar ao medo não vai ajudar, pelo contrario, vai nos deixar mais frágeis, impotentes, ansiosos e com a sensação de incapacidade.

É importante manter um espaço interno de segurança, criar um campo interior equilibrado, onde podemos nos sentir protegidos. Como? Lembrando das nossas capacidades, fazendo as nossas meditações ou orações, lendo livros que nos inspiram, ouvindo musicas que nos acalmam, fazendo exercícios físicos ou exercícios de respiração, cada um pode encontrar o que mais o acalma, mas tendo claro que a finalidade é criar um espaço interno de bem estar, esperança e equilíbrio. Fazendo isso, somos capazes de acessar mais recursos internos e qualidades para nos adaptar ao momento atual, mudar os hábitos e criar novos, sermos mais flexíveis para fazer as mudanças que precisam ser feitas atualmente.

E, além do espaço interno de segurança, é importante recriar esse espaço exteriormente, na nossa família, na nossa casa. Especialmente para quem tem filhos, é preciso lembrar que as crianças não reagem diretamente a dificuldades, medos e incertezas, suas reações e emoções são mediadas pela vivência dos pais, pela forma como os pais reagem e enfrentam a situação. Se pergunte, como você está lidando a isso como um pai?

É importante lembrar então de ficar atento a que tipo de espaço estamos criando dentro de casa nesses dias, o sentimento de tranquilidade e segurança que nossos filhos recebem, passa pela forma como nós, adultos, lidamos emocionalmente com a situação.

Para manter um equilíbrio é importante também COMUNICAR, conversar todos juntos sobre o que está acontecendo e porque a rotina de todos foi transformada imprevisivelmente e de repente.

É recomendável que os pais filtrem as informações e repassem da forma mais adequada aos filhos, com uma comunicação atenta e não traumática para não despertar pânico desnecessário.

Uma programação diária deve ser mantida tanto para as crianças, quanto para nós adultos. Para quem trabalha em casa, cuide dos horários corretos. Para as crianças, mantenha o horário de estudos, após as brincadeiras, da TV, do contato, mesmo que virtual, com os amigos e colegas.

É importante também fazer as refeições juntos, (e não cada uma em um canto na frente da TV) como espaço de dialogo, de ouvir um ao outro, quais são os problemas que estão enfrentando, ou até mesmo apenas saber como está o dia de cada um.

Esse isolamento forçado pode levantar problemas antigos em família, dificuldades que deixamos para “depois”. Sabe aquelas frases como: “depois conversamos sobre isso” e esse depois nunca chegou. Quem sabe podemos encontrar a atitude de conversar, se abrir, se perdoar, se reencontrar como casal, com os filhos e como família.

Lembre-se também de encontrar outras formas de demostrar amor para as crianças, mas também para o parceiro/a, que não seja comprar algo – já que também do ponto de vista econômico estamos em situação de dificuldade e em isolamento – e expressar o próprio amor com gestos, palavras, ações gentis e atitudes carinhosas. Seja criativo. Fale mais também para os seus filhos o quanto os ama e os admira, para a sua esposa, marido, namorada/o, para os seus pais, avos, tios...Expresse o seu amor por eles, não deixe para depois, e não pense que “eles já sabem”.Se comunique! Crie comunhão.

O importante é não deixar ser passivo demais nessa crise, não só reagir aquilo que está acontecendo e às informações que chegam. Não se entregue aos alarmismos, mas se prepare, esteja pronto internamente, com uma atitude ativa consigo mesmo, refletir e pensar com sua cabeça, manter uma sensação de confiança e transmití-la a sua família.

Qual é o antídoto a essa situação difícil e complexa? Nesse momento o antídoto é o amor! Estar juntos, manter um sentimento de confiança em si mesmo no outro e na vida.

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