Como manter o otimismo em 2019
Uma manchete famosa do site satírico The Onion diz, acima de uma foto de uma aparente reunião de pauta, que os jornalistas da CNN estão decidindo sobre o que seus telespectadores devem se desesperar durante aquele dia.
A piada é boa porque faz todo sentido. Realmente, em alguns dias, ligar a TV ou abrir o jornal para acompanhar o noticiário pode acabar com o bom humor de qualquer um.
Vivemos num momento de negação da razão, da ciência e de uma série de progressos que tornaram a vida melhor, mais segura e, em última análise, mais feliz. Todos esses são índices que podem ser medidos e comparados, inclusive a felicidade.
Por isso é fácil desanimar e abandonar o otimismo em relação ao futuro. Afinal, governos negam dados científicos sobre o aquecimento global, desprezam o valor da educação, ignoram estudos sobre a violência, tentam reescrever a história e por aí vai.
Não só no Brasil, não só nos Estados Unidos. Tanto na direita, quanto na esquerda.
Então, como manter o otimismo diante desse cenário?
Encontrei a resposta no livro Enlightenment Now, the case for reason, science, humanism and progress, de Steven Pinker.
O livro de Pinker, que durante 21 anos foi professor no Departamento do Cérebro e Ciências Cognitivas do MIT e hoje leciona na Universidade de Harvard, está entre os mais vendidos da lista do New York Times.
Pudera, Bill Gates disse que esse é seu "novo livro favorito de todos os tempos". Mas por que Mr. Microsoft acha isso?
" Enlightenment Now acompanha a evolução de índices de violência ao longo da história e aplica a 15 diferentes medidas de progresso -- como qualidade de vida, conhecimento e segurança. O resultado é um retrato holístico de como e porque o mundo está melhorando", escreveu Bill Gates.
Pinker é um defensor do humanismo, da razão, de uma sociedade aberta e apresenta seu caso amparado por dezenas e dezenas de dados estatísticos de impacto direto no dia a dia de todos, comparando índices atuais com os de 30 ou 100 ou 300 anos atrás. São índices como a chance de morrermos por doença, por morte violenta, por ato de terrorismo, de fome ou atingidos por um raio.
Além de lembrar de conquistas que são fruto da inventividade humana e não direitos divinos oferecidos ao homem no seu nascimento. É um avanço da ciência ter água potável na torneira de casa, ir a um mercado farto de alimentos frescos ou o acesso a pílulas que curam doenças que até outro dia eram fatais.
"Saúde é melhor que doença. Liberdade é melhor que coerção. Conhecimento é melhor que ignorância e superstição."
Abaixo, uma conversa entre Bill Gates e Steven Pinker sobre Elightement Now.