Comunicação: tão simples de explicar e tão difícil de encontrar
Há uma série de estudos sobre comunicação não verbal, com resultados que variam. No entanto, a maioria dos especialistas concorda que de 70% a 93% de toda a comunicação é não verbal. Vejam só: a maior parte daquilo que transmitimos não vem através das palavras, mas de gestos, expressões faciais e outros elementos sutis. Um dos estudos mais conhecidos, conduzido pelo Dr. Mehrabian, nos anos 60, concluiu que a interpretação de uma mensagem é composta por 7% de conteúdo verbal, 38% de inflexão vocal e 55% de sinais visuais.
Levando a questão para o ambiente corporativo, surgem indagações sobre como os colaboradores defendem ideias e projetos no dia a dia. Essa maneira de agir, reagir e expressar é fundamental para o equilíbrio e andamento do trabalho em si. É importante observar também as reações ao ouvir opiniões diferentes, desde as mais elegantes até aquelas mais ácidas.
A comunicação verdadeiramente eficaz vai muito além do português correto ou do conteúdo que se quer transmitir; ela envolve a forma como expressamos nossas emoções e intenções, consciente ou inconscientemente e em diferentes cenários. Na liderança, por exemplo, essa é uma competência fundamental. Quem sabe se comunicar bem constrói credibilidade e confiança.
No entanto, atuando na busca das melhores pessoas para cada cargo, percebo que nem sempre isso ocorre de forma natural. Alguns candidatos se esforçam e treinam suas habilidades de comunicação mas, às vezes, falta aquela sinceridade que só uma boa percepção pode captar - percepção essa que é essencial em processos seletivos. Frequentemente, a experiência e a intuição ajudam a identificar se a comunicação de alguém é genuína.
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E se não for? O que significa? Lamentavelmente, uma pessoa que não consegue passar credibilidade e verdade em sua fala terá problemas ao liderar um time com segurança e alinhamento.
Deixo aqui uma provocação: o curioso é que nem sempre quem se comunica melhor tem as melhores ideias. Mas… Transmite mais segurança e isso é realmente valioso. Portanto, é inegável que essa competência, tão buscada nas empresas, é um dos grandes pilares da liderança. Afinal, sem uma comunicação clara e eficaz, não há alinhamento de expectativas, motivação ou progresso.
Essa é de fato uma ferramenta poderosa e, como tal, pode chegar a ser perigosa se o objetivo não for ético. Houve diversos momentos históricos onde bons comunicadores davam as ordens e as pessoas apenas seguiam e obedeciam, sem questionar. A comunicação é uma competência tão eficiente que, em momentos como esses, pode se tornar um risco.
São muitas as nuances que norteiam essa competência. Por isso, a pergunta que deixo é: estamos usando nossa capacidade de comunicação de forma consciente e responsável? Saber se comunicar é essencial, mas tão importante quanto isso é a responsabilidade que vem unida. Afinal, comunicar é influenciar. Que tipo de impacto estamos deixando? Ou melhor: que tipo de impacto você deseja deixar no mundo?
#Comunicação #Liderança #RecursosHumanos #Competências
CEO | Diretor Geral | Bens de Consumo | Food Service
3 mExcelente artigo Francisco Cuesta
Diretor Sr. de Comunicação Corporativa e RIG | C-Level | Conselheiro | Empreendedor | Gestor de Crises | Analista de Comportamento Social | Formador de Equipes de Alto Desempenho | Palestrante | Mentor | Mediador
3 mNão poderia estar mais de acordo. A comunicação que toca as pessoas, como diz, vai além da gramática correta ou de um conteúdo esperto. Envolve a expressão genuína de emoções e intenções. Palavras bem escritas ou faladas tendem a soar perfeitas, mas sem autenticidade, não transmitem credibilidade. A verdade é sentida, não apenas ouvida, e é essa sinceridade que constrói confiança e influência. A boa notícia é que, ainda que um profissional não tenha esta como uma competência nata, é possível desenvolvê-la. No entanto, à diferença de outras, a autenticidade é filha da crença e esta leva um tempo para ser gerada.