HOMENS DE PRETO II

HOMENS DE PRETO II

HOMENS DE PRETO II


Já que falamos sobre os homens de preto, pra quem acha que são pura ficção, vou lhes contar outra história que aconteceu conosco em 1977. Devo dizer que estávamos vivendo sob a intervenção militar e que alguns assuntos eram de interesse do Estado, como a Ufologia, por exemplo.

Naquele mês de maio, na segunda semana, montamos um seminário sobre Ufologia, que teve a duração de quatro dias.

O programa incluía um curso rápido de Do In, ministrado por um dos integrantes da SIFETE, Hélio Funari, terapeuta e especialista em Acupuntura. Depois, ao longo dos três dias, palestras que envolviam a fotografia na Ufologia, ministrada pelo nosso integrante e fotógrafo Alexandre Mendes da Rocha e a discussão de casos pesquisados pela SIFETE, expostos por mim, além de explanações sobre clássicos, incluindo um caso de quarto grau, pesquisado por um grupo do Rio Grande do Sul do qual recebemos uma fita com a gravação da sessão de hipnose submetida pelo contatado. Para finalizar, em avant première, o filme “Contatos Imediatos de Terceiro Grau”, conseguido junto à uma instituição de pesquisa americana, e que só seria lançado no Brasil no ano seguinte. Lembramos que a escolha do filme tinha um sentido especial, pois Spielberg usou como consultor do filme Allen Hynek, que era também consultor da NASA para assuntos ligados aos Discos Voadores, e que segundo ele, o filme foi baseado em uma história real.

Mas, voltando à nossa história, tudo correu muito bem e as apresentações tiveram, durante os três dias, público suficiente para lotar o anfiteatro do SESC, patrocinador do evento.

No entanto, me lembro bem, um homem de quase dois metros de altura e bastante forte, vestido de terno preto, assistiu todas as palestras, durante as três noites, em pé, no fundo do anfiteatro.

Na última noite, enquanto o público buscava as últimas respostas, em meio a parabenizações, o homem de preto se aproximou e aguardou sua oportunidade. Era visível notar que, pacientemente, esperaria o último indivíduo ser atendido, para só então se pronunciar.

E assim foi. Quando o último saiu rumo à mesa que entregava os certificados, ele me cumprimentou e perguntou quase que afirmando:

−Sabe por que estou aqui, não?

Claro que até poderia imaginar, mas, como quem se mantém dono do “pedaço”, respondi com um sorriso no canto da boca.

−Por que gosta do assunto, acredito.

−Também, mas não exatamente, respondeu cruzando as mãos na linha da cintura.

−Então por que é?

−Para saber o que é que você sabe, disse ele me encarando como se esperasse alguma reação mais tímida da minha parte.

−E gostou? perguntei com um sorriso nos lábios, mantendo a mesma postura do início de nossa conversa.

−O suficiente, disse ele, ao mesmo tempo em que me entregava seu cartão pedindo que o visitasse naquele endereço.

Agradeceu, se despediu e partiu. No cartão as seguintes informações:


Commander Robert Adriani

Captain-Reserve,

Serial 2358.

National Headquarters Brasil

Civil Air Patrol

United States Air Force

CAP-USAF

Air Force Base

Elliington – Texas – USA


Eu não tinha a menor ideia do que aquilo significava, mas de uma coisa eu tinha certeza: no dia seguinte, seguramente faria uma visita.

E assim foi. Dia seguinte, lá estava eu no endereço do cartão.

Ele mesmo me recebeu. Demonstrando seu contentamento com minha visita, me levou até sua sala em um andar inferior, como um porão, apesar de ampla e do pé direito ser alto o bastante para armazenar uma infinidade de objetos dos mais variados. Desde turbinas de avião, um paraquedas aberto, cápsulas de armas pesadas e muitas outras coisas ligadas à aviação civil e de combate.

Atrás da sua mesa, onde me recebeu para um café e uma longa conversa, um quadro com uma foto em preto e branco. Nela via-se um caça F-5 e na frente, com uniforme de oficial aviador, ele, Robert Adriani, junto do Presidente dos Estados Unidos, John Kennedy.

Antes de detalhar os motivos do contato, se apresentou dizendo ser da Força Auxiliar da NASA para assuntos sobre Discos Voadores no Brasil.

Numa época em que ainda não tínhamos a Internet, ele mantinha um malote semanal para os Estados Unidos, no qual endereçava tudo o que colhia sobre o assunto OVNIs.

Estava explicado o porquê de tudo o que acontecera durante nosso seminário.

Depois de uma série de acordos entre as duas entidades, me deu outro cartão, com um nome e um endereço de um Físico americano, que estava de partida para os Estados Unidos, mas que gostaria de conversar comigo antes da partida.

Obviamente, o que ele queria saber era o que conhecíamos sobre o assunto e em que poderíamos contribuir.

Nossa amizade com o Capitão Adriani perdurou por um longo tempo.


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