O boom das ferramentas de comunicação remota.
Esta semana um amigo me perguntou: "Baggio, por que as pessoas de repente passam a vangloriar um app ou serviço novo, que faz exatamente a mesma coisa que outros mais antigos? Tipo Zoom vs Skype".
Confesso que tive de refletir bastante até desvendar qual teria sido o fator preponderante em minha escolha como usuário de ferramentas de comunicação remota: experiência do usuário, creio.
Embora não sejam concorrentes diretos, já que o Skype é apenas uma ferramenta de comunicação pela internet enquanto o Zoom é um serviço de conferência colaborativa, as duas ferramentas acabam por exercer funções parecidas.
O Zoom possui diversas funcionalidades que me cativam como usuário: é muito didático, possui um número máximo de participantes em conferência maior que seus concorrentes - que agora o igualaram - possibilita gravação nativa da chamada, múltiplos usuários podem compartilhar suas telas, possibilita anotações em tela compartilhada, chat como nas demais ferramentas e etc. Tudo isto somado ao layout didático me faz acreditar que o fator preponderante seja mesmo a experiência do usuário.
Para corroborar, em uma de suas tantas atualizações recentes o Skype, que por muito tempo dominou o mercado, tornou-se uma ferramenta complicada, o que me motivou a não mais utilizá-lo. Durante um tempo migrei entre as duas ferramentas: quando propunha uma call, era pelo Zoom; quando era convidado, na maioria das vezes, pelo Skype.
Ferramentas para comunicação remota existem aos montes. Possivelmente o questionamento de meu amigo foi motivado pelo que ele acompanha na internet e redes sociais sobre mudanças no modo de trabalho das pessoas, tendo que se adaptar ao trabalho remoto ou, o agora famoso home office.
É notório que nos últimos tempos o Zoom passou a ser mais utilizado que seus concorrentes mais antigos. Hoje ele detém 20% do mercado global deste tipo de solução.
Com muitos países em quarentena e as pessoas exercendo suas funções de forma remota, o número de usuários da plataforma (Zoom) aumentou em 4x desde o começo do ano de 2020, sendo 50% deste número somente nos últimos 30 dias, o que fez suas ações subirem 28% na bolsa americana.
Certamente o Zoom faz parte de um setor que é pouco afetado pela crise, juntamente com outras empresas de tecnologia que possibilitam e facilitam o trabalho remoto. O Slack, uma plataforma comunitária de mensagens instantâneas, é outro exemplo de incremento no número de usuários, que significaram aumento de 13% nos valores de suas ações na mesma bolsa.
Marco Polo e Houseparty, soluções de vídeo com apelo social, também sinalizaram aumentos significativos em downloads nas lojas de aplicativos: reflexos da quarentena.
O que mais me surpreende em relação a essas empresas é que e aparentemente elas não estavam NADA preparadas para este crescimento exponencial abrupto.
O Zoom teve que alugar 19 data centers para conseguir atender a demanda de seus novos usuários. Além disso foi alvo de hackers que visavam golpes, invasões de chamadas de vídeo, envio de dados a terceiros, o que inclusive os colocou na mira da procuradora-geral de Nova York.
Outro acima mencionado, o Houseparty, que chegou a ser chamado de “o app da quarentena", foi acusado de roubar senhas de outras aplicações instaladas nos Smartphones.
Os problemas apontados em relação a segurança da informação destas empresas mais jovens, inovadoras e disruptivas, colocam em xeque se podemos ou não confiar em suas ferramentas.
Por outro lado o Skype, que fora descontinuado por mim e por outras tantas pessoas também teve aumento significativo no número de usuários, mas não teve problema algum com segurança. Um fator que pode ter sido determinante para esse resultado é que o Skype é filho da Microsoft, uma gigante do segmento de tecnologia.
CEO | Estruturação Comercial | Vendas Consultivas | Treinamentos | Social Selling
3 aBoa Rodrigo!
Head of Partners | Meetime
4 aBem legal Interessante a reflexão sobre a segurança / estabilidade do Skype. Também acredito que esteja associada a expertise da Microsoft e aos anos de operação, mas confesso que, como usuária, eu continuaria usando o Zoom, mesmo sabendo dos ataques. O tradeoff não compensa, já que acho a experiência com o Skype ruim. Ainda mais que atendo clientes, então, ter que trocar contato e abrir um canal de comunicação que não consigo suportar por completo, seria difícil.
Sales Director | Pre-Sales | B2B Sales | Business Development | Revenue | Customer Success
4 aChega um certo nível de plataforma, que comente um pequeno detalhe de performance de conexão faz a diferença. Sendo assim, vejo que a escolha da ferramenta vai muito de encontro com a integração que existe com outras ferramentas internas que a sua empresa utiliza: Slack (integra com zoom, hangouts, etc); Google agenda e hangouts, etc; Office365 com o Teams, etc.
Como você mesmo falou, cada plataforma tem um propósito! Cabe ao usuário ter clareza sobre o que vai executar e quais utensílios a sua comunicação demanda. É como as redes sociais - Instagram, Facebook, TikTok, LinkedIn - cada uma nasceu com uma finalidade. As vezes os usuários fazem confusão ou podem até reinventar o uso de determinada ferramenta.
Advogado
4 aBaseado na minha experiência pessoal, acredito que as pessoas, principalmente o usuário doméstico, "teimam" em utilizar plataformas inferiores pelo fator zona de conforto. Por exemplo, eu utilizo o Skype, porque tenho boas experiências com ele há mais ou menos uns 15 anos e não via, até pelo menos esse período de quarentena, motivos para mudar. Usava para me comunicar com minha família quando morei nos EUA na adolescência e usava como número de "telefone fixo", agora, durante o mestrado em Portugal. É claro que com uma utilização mais frequente vemos o quanto ele é defasado, daí a importância de conhecer as outras plataformas. Ainda bem.