O peso do dólar sobre os preços dos combustíveis
Temos visto neste de ano de 2024, principalmente nas últimas semanas uma evolução muito significativa do dólar, impulsionado pelos nossos problemas internos, como o não cumprimento da meta fiscal e também em relação ao pacote de medidas anunciado pelo governo da última semana, com o objetivo de “cortar” R$ 72 bilhões, para cumprimento da meta fiscal.
Mas como o pacote não foi muito “quisto” e o governo já diz que pode revisar alguns pontos, isso tem gerado insegurança para os investidores, e temos visto uma fuga de capital, para países com economias mais estáveis e com uma segurança jurídica melhor do que a nossa.
Como já postado em alguns de nossos artigos, hoje a país tem uma dependência importante de diesel importado, e o dólar no atual patamar, fechando ontem (02/12), há R$ 6,06, tem pesado negativamente, em relação ao custo do produto importado, do biodiesel, que tem seus insumos cotados principalmente em dólar, e também atrapalha as movimentações de redução dos produtos nas refinarias.
Esse ano mesmo, vimos apenas uma movimentação da Petrobras na gasolina e nenhuma no diesel.
E qual o peso do dólar, quando analisamos a paridade, ou seja, o custo do nosso produto em relação ao custo do produto no mercado externo?
Diariamente divulgamos a paridade para gasolina e diesel nas refinarias do país, e hoje dentro do nosso modelo de tendência, vemos os preços Petrobras em linha com o produto comercializado no Golfo americano, que é a referência que utilizamos em nossas análises
Mesmo com o dólar no atual patamar, ainda assim o cenário não é dos piores, agora imagine, se tivéssemos um dólar na casa dos R$5,00 ou R$5,50, que ainda assim é um patamar relativamente elevado.
Como estaria a paridade da gasolina e do diesel em relação ao mercado externo?
1º Cenário - Dólar R$ 5,00
Considerando um dólar de R$5,00, veja a diferença no custo do barril.
E no derivado, levando em consideração nossa última divulgação”
Recomendados pelo LinkedIn
Teríamos um cenário apontado para uma possível redução considerável de preços nas refinarias. Isso sem levar em conta que também um dólar mais baixo, impulsiona o custo do biodiesel também.
2º Cenário - Dólar R$ 5,50
Considerando um dólar de R$5,50, veja a diferença no custo do barril.
Mesmo com um dólar nesse patamar, que já é alto, teríamos ainda um cenário apontando para redução no custo dos derivados nas refinarias.
Temos ainda um cenário muito desafiador pela frente, com perspectivas não tão positivas. Por isso é muito importante acompanharmos o que irá acontecer com o cenário fiscal do nosso país, pois ele é fundamental para que possamos ter uma balança mais justa, onde o papel do governo é ser um facilitador da vida da população, e não um complicador.
E um dólar tão elevado ele interfere em toda nossa economia, aqui estamos olhando apenas para um micro mercado, e apenas dois produtos. Temos pela frente um grande desafio, são nos momentos de stress de mercado, que podemos buscar melhorar, e nós da VPricing, estamos prontos para poder ajudar sua empresa no dia a dia da gestão de compra de combustíveis.
Por: Murilo Barco • Diretor Comercial
VPricing.
Commercial and Business Development Director Latin America and CPLP
2 semParabéns pelo artigo! A alta do dólar representa um risco significativo para a economia brasileira, impactando custos de produção e competitividade global. No curto prazo, setores dependentes de insumos importados, como combustíveis, sofrem aumento nos custos, dificultando preços acessíveis, especialmente para itens como gasolina e diesel, diretamente afetados pela variação cambial. No caso do diesel, a dependência de importações torna o Brasil ainda mais vulnerável. Insumos cotados em dólar pressionam refinarias e consumidores. O aumento do dólar encarece o biodiesel, comprometendo metas de sustentabilidade e misturas obrigatórias. A longo prazo, o dólar elevado desestimula investimentos em setores produtivos devido à percepção de risco e volatilidade nos retornos. A fuga de capital para economias mais estáveis piora a desvalorização cambial e perpetua a instabilidade econômica. É essencial que o governo promova reformas estruturais, gerando confiança fiscal e jurídica para reduzir o risco-país e estabilizar o câmbio. Sem isso, o impacto do dólar elevado continuará prejudicando empresas e consumidores.