Precisamos falar de vacinas para pessoas com deficiência
O assunto mais importante do momento e por que pessoas com deficiência tem que ser vacinadas logo!
As pessoas com deficiência representam aproximadamente 15% da população mundial e estão majoritariamente nos países em desenvolvimento (cerca de 80%). E, sim:
pessoas com deficiência tem maior risco de contrair o COVID-19.
Consequentemente, faz-se necessária uma política pública específica em relação a esse segmento, em especial com relação à vacina, que é a forma mais eficiente de prevenção da doença que ainda não tem tratamento.
Segundo o documento da ONU Policy Brief: a Disability-Inclusive Response to COVID-19, o risco decorre das barreiras para manter uma rotina de higiene adequada e o distanciamento é uma das razões para tanto. .
Necessidade de cuidado com contato físico, falta de acesso à água e saneamento, serviços de saúde sem acessibilidade ou precários estão entre os motivos para tanto. Tudo aumentado quando falamos de moradias precárias e daquelas pessoas que vivem em instituições.
O relatório traz outros fatores de risco para as pessoas com deficiência como:
- Pessoas com deficiência têm maior risco de desenvolver um quadro grave de covid-19 e de falecer em razão da doença
- Pessoas com deficiência que vivem em instituições tem maior propensão a contrair o vírus e têm maiores taxas de mortalidade
- Pessoas com deficiência correm maior risco de discriminação no acesso à saúde e de procedimentos que salvem suas vidas durante a epidemia de COVID-19.
- Pessoas com deficiência são atingidas de um modo mais acentuado pelas consequências socioeconômicas do COVID-19 e pelas medidas necessárias para controlar a pandemia.
- Pessoas com deficiências estão mais sujeitas à violência doméstica, em especial meninas e crianças.
Além desses impactos, pessoas com deficiência costumam ter outras dificuldades, por exemplo:
- dificuldades de seguir os protocolos de segurança ( uso de máscaras, higienização das mãos e afastamento social)
- a imunidade mais baixa
- dificuldades de identificar e sinalizar os sintomas;
- dificuldade de ficarem sozinhas no hospital, em caso de internação, já que muitas precisam de atendentes e cuidadores.
Os impactos do COVID-19 também variam de acordo com o grau de deficiência ou das particularidades da pessoa com deficiência.
Como mostra a campanha #vacinasdja promovida pelo Movimento Down as razões para priorizar a vacinação das pessoas com a Síndrome de Down seriam:
- maior vulnerabilidade ao contágio
- dificuldade de seguir medidas de segurança
- intolerância sensorial ao uso de máscara
- dificuldade de reconhecer e comunicar os sintomas
- baixa imunidade
- problemas cardíacos
- hipotonia (flacidez muscular, inclusive nos músculos envolvidos na respiração)
- problemas respiratórios
- obesidade
- diabetes
- envelhecimento precoce
Como essa previsão ainda não consta do Plano Nacional de Vacinação, muitos estados e municípios tem se adiantado. Sergipe , por exemplo, começou a vacinação de pessoas com autismo e com Síndrome de Down nesta semana.
Você pode participar aderindo à campanha #UmaDosedeRespeito, uma iniciativa da Federação Brasileira das Associações de síndrome de Down, em busca do reconhecimento da priorização da vacinação para as pessoas com síndrome de Down, clicando neste link.
Por Marcos Weiss Bliacheris, advogado da União e mestrando em Ambiente e Sustentabilidade no PPGAS/UERGS.
Toda terça-feira escrevo aqui no LinkedIn sobre inclusão e sustentabilidade.
Até a próxima semana!