Quanto ganha (de verdade!) um profissional de Sustentabilidade/ESG

Em paralelo ao amadurecimento da forma como a sociedade enxerga as empresas, a carreira em Sustentabilidade e ESG tem crescido nos último anos. Após o período crítico da pandemia de COVID-19, no qual empresas se organizaram e conseguiram promover assistência de maneira rápida à população, ficou claro o impacto que essas organizações podem ter na comunidade que, por sua vez, passou a entender a responsabilidade das empresas e a cobrar por um melhor desempenho socioambiental. Também é notável tendências de mercado advindas de demandas de acionistas por redução de riscos atrelados à desempenho em questões sociais, ambientais e de governança, além da cobrança destes por geração de valor de longo prazo, naturalmente atrelado à empresas com boa gestão desses aspectos. Esse cenário fez com que profissionais da área de Sustentabilidade e ESG passassem a ser cada vez mais requisitados e valorizados, gerando uma demanda de pessoas interessadas por cursos e especializações para atuar nessas funções.

A fim de conhecer o real potencial de remuneração dessas carreiras, realizamos entre setembro e outubro deste ano uma pesquisa para identificar as faixas salariais e a relação da remuneração com o nível de senioridade e o tempo de experiência dos profissionais do setor. No total, 417 pessoas de 17 estados brasileiros participaram da pesquisa. Destas, 75,1% se identificaram como mulheres cisgênero e 23,4% como homens cisgênero. Apenas um homem transgênero participou da pesquisa, portanto os dados não serão divulgados para evitar exposição. O restante dos participantes optou por não revelar gênero. Os estados com maior predominância na pesquisa foram São Paulo (com 70,7%), Rio de Janeiro (com 10,6%) e Minas Gerais (com 5,2%).

Como resultado, verificamos que profissionais de Sustentabilidade e ESG tem potencial para ganhos salariais relativamente altos, principalmente quando comparamos ao salário mínimo no Brasil, que atualmente é de R$ 1.212,00. Porém, nota-se que cargos de especialista, coordenação, gerência não executiva e gerência executiva possuem uma grande variação de faixas salariais, que podem ser fruto de diferenças relevantes de tamanho da empresa na qual trabalham ou outros fatores, como capacidade de negociação. Essa hipótese será avaliada posteriormente.

Em relação a gênero, é interessante ressaltar que a maior parte dos participantes da pesquisa foram mulheres cisgênero, o que pode indicar uma prevalência delas na carreira de Sustentabilidade e ESG. Análises sobre diferenças salariais por cargo e por gênero serão feitas no futuro.

Abaixo, seguem os gráficos com variação de salário de acordo com senioridade de cargo:

Espero que esse artigo e os resultados dessa pesquisa sejam úteis tanto para os profissionais que já atuam no setor, como para aqueles que pretendem iniciar sua carreira em Sustentabilidade e ESG.