Saúde no digital também precisa desapegar do século 20
Sabemos que há muito o que se fazer para atender a grande demanda de serviços médicos, e há uma crise na qualidade do atendimento ao público ainda mais quando se fala na saúde que não é privada. Em uma perspectiva mais ampla, com o aumento da população, tivemos um aumento no crescimento geral da taxa de complexidade (síndromes, exames e tratamentos). E temos mais e mais pacientes querendo qualidade, o que obriga repensarmos a saúde.
Recentemente na revista Carta Capital (jun/19) saiu um dado sobre o custo da burocracia hospitalar que deu um salto enorme enquanto o salário dos médicos e enfermeiros não mudou na mesma proporção. Segundo a revista, nos últimos 40 anos o crescimento do corpo administrativo foi 300 vezes maior que o crescimento do corpo médico. Um dos pontos levantados pela reportagem, entre outros, é a questão das certificações. O custo da padronização é elevadíssimo e isto não necessariamente é percebido diretamente pelo paciente ou beneficia o médico.
Por outro lado, hoje no digital, temos o aumento da participação das pessoas nas decisões. Quanto mais as pessoas puderem ajudar a decidir na complexidade, cada um tomando decisões, mais fácil é lidar com o todo. Isto gera uma escala gigantesca de informação e de troca de dados. Na saúde, por exemplo, as informações ficam disponíveis e os pacientes passam a ter acesso a dados que poucos conheciam. Há especialistas colocando aulas no YouTube – ao mesmo tempo, grupos de pacientes estão se organizando em busca de melhores soluções no WhatsApp. Discutem-se melhores perspectivas de vida para doenças crônicas.
Com mais gente vivendo no planeta são necessárias novas soluções para resolver a intermediação entre os seres humanos, em especial nas relações entre as instituições de saúde, médicos e pacientes. Neste século 21, é preciso descomplicar para que todos possam ser atendidos na saúde, na educação, no comércio, no taxi e etc - o desapego é pelo controle dos processos e do comando das pessoas. Isto significa ampliar a reflexão sobre a quantidade de decisões/autonomia – que precisam ser tomadas/realizadas e da quantidade de pessoas que passam a participar das decisões em qualquer processo.
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