Cinco mitos sobre a Liderança (5)

Mito 5: A Liderança envolve a dominância:

Não, não envolve. Muitos investigadores definem a liderança em termos de posição superior no quadro das hierarquias, e estas surgem quando os indivíduos competem entre si por recursos escassos, sendo que os concorrentes mais bem-sucedidos acabam por emergir e alcançar o topo. No entanto, qualquer definição de liderança em termos de «capacidade de domínio» sobre os outros, é simplesmente errada. Nesses casos existe imposição, ou dominância, mas não liderança. Existe o medo, mas não o respeito, nem admiração ou reconhecimento.

É um facto que em muitas espécies o membro dominante (muitas vezes designado "Alfa"), assume o papel de comando, mas este modelo é demasiado limitado se quisermos compreender o fenómeno ao nível da nossa espécie, porque as nossas hierarquias são, hoje, muito mais baseadas no prestígio e na autoridade do que no poder. Pensar a liderança em termos de dominância, é uma forma muito limitada e incompleta para compreender a liderança entre os humanos.

É importante lembrar, mais uma vez, que poder e autoridade não são a mesma coisa, inclusive do ponto de vista evolutivo da nossa espécie, embora os termos sejam muitas vezes empregues, erradamente, com o mesmo sentido.

Enquanto o exercício e a direção do Poder vai de cima para baixo, a autoridade vai de baixo para cima. Conquista-se e atribui-se!

A autoridade implica o reconhecimento e o respeito pelos líderes.

Pode haver (e há), situações em que certos indivíduos podem possuir o poder sem a autoridade e vice-versa. Contudo, sempre que alguém possui autoridade, consegue possuir, por esta via, alguma forma de poder, em termos de influência e ascendente sobre o grupo.

No nosso caso, a dominância acaba, mais tarde ou mais cedo, por falhar, porque os liderados acabam, inevitavelmente, por formar alianças e derrubar os líderes que são agressivos e autoritários. O medo só enfraquece o poder.

Os seres humanos gostam e precisam de ter liderança(s), mas abominam a dominação e, sobretudo, dispensam os líderes quando estes se tentam impor mas não fazem falta ou não acrescentam valor ao grupo e à sua ação.