TMU News #13 | Tendências no mercado de Startups.

Alô, nação startupeira!

Você já deve ter reparado que a gente tenta e gosta de desfazer alguns mitos aqui na TMU News, não é? 

E, como o tema que escolhemos para hoje envolve uma análise do mercado de startups – suas tendências, desafios, crises e oportunidades – aqui vão duas verdades que, muitas vezes, alguns gurus esquecem de contar:

• Tira da cabeça aquela ideia de empreendedor de garagem, tá? Embora seja uma imagem instigante (principalmente no cinema), o fato é que, atualmente, a maioria dos negócios digitais já nasce dentro de uma estrutura de mercado mais complexa e os gestores precisam aprender as manhas de gestão e da captação de investimentos para não ficarem pra trás;
• Startups bilionárias (ou mesmo milionárias) são a exceção, não a regra. Isso não quer dizer que não existam oportunidades de sucesso e crescimento (pelo contrário), mas que para alcançá-las, o empreendedor deve ter muito mais do que uma boa ideia.

Pra te ajudar nessa jornada e expor um pouco sobre a diversidade de um mercado que mudou a forma como encaramos experiência do cliente e o consumo de produtos e serviços, a gente separou os seguintes tópicos na TMU News #13. Saca só:

• O inverno das startups?
• O novo cenário no mercado de venture capital.
• O copo meio cheio.
• Tendências do ecossistema digital.
• O perfil das lideranças startupeiras.
• Negócios digitais e as dicas para captar investimentos.
• Dica de Livro :: A Startup Enxuta
• Tech Me Up Podcast :: Startups Early Stage

Startupeiros e startupeiras do Brasil, uni-vos!

❄️ O inverno das Startups?

Se a ideia é jogar a real, a gente não podia começar essa News sem falar do momento complexo vivido pelo ecossistema de startups do Brasil. A Distrito apontou em seu report anual que, em 2022, os negócios digitais do país captaram quase 55% a menos em investimentos.

A tendência de freio de mão puxado é global e vem sendo chamada por aí de "inverno das startups". Isso significa que o mar não estará pra peixe forever? Que você precisa abandonar aquela ideia de app que desenvolveu na faculdade? Calma, nem 8, nem 80.

O que a maioria dos analistas têm observado é um processo de readequação do mercado, que tem buscado novas alternativas de fomento e caminhado para uma estrutura mais madura que impulsionou, por exemplo, fusões & aquisições envolvendo startups.

A própria Distrito destacou que 2021 foi um ano meio fora da curva, de crescimento acima da média e, no comparativo com 2020, 2022 foi um período bem massa em termos de oportunidades.

Mas vale a dica: quanto mais consistente for o seu planejamento, estratégia e ideia de produto/serviço, maiores são as chances de se destacar em um mercado que tem se tornado mais exigente na liberação de capital para os negócios digitais.   

💵 O novo cenário no mercado de Venture Capital.

E, parte da busca por novas fontes de recursos no universo das startups envolve outro dilema: o forte reajuste no mercado de venture capital (VC), modelo de investimentos baseado, de modo bem simples, na compra de participação acionária em empresas.

No primeiro trimestre deste ano, por exemplo, o Crunchbase reportou uma queda de 53% no volume global investido por fundos de VC. 

Muitos pesquisadores, inclusive, têm alertado que, não necessariamente, o capital de risco é positivo para a inovação, uma vez que é comum que ele se guie por tendências mais evidentes e, em diversos cenários, os fundos investem em startups semelhantes, deixando pouco espaço para novidades e disrupções.

Mas quais são as alternativas?

• Investidores-anjo (aportes de ecossistemas ou indivíduos em uma startup);
• Aceleradoras (que podem conectar startups a grandes empresas e também investir em seu desenvolvimento);
• Seed Money (direcionado para startups em fase inicial);
• Financiamento coletivo/crowdfunding.

Viu? São muitos os caminhos que levam ao capital que sua empresa precisa para crescer. O desafio é trilhar essas rotas com estratégia e flexibilidade.

🥃 O copo meio cheio.

Tá, já falamos demais dos obstáculos e isso aqui não é filme de terror. Há sim, motivos para comemorar sem perder a visão realista. Aqui vão alguns insights legais (e bem positivos) sobre o ecossistema de startups:

• Captações mais maduras: apesar da retração nos investimentos gerais, o estudo da Distrito identificou quase US$ 1 bilhão em investimentos Série A, que são direcionados, via de regra, para startups mais sólidas e testadas no mercado. Ou seja: é a hora dos negócios que já se provaram em menor escala alcançarem seu lugar ao sol.
• Estabilidade da economia deve render bons frutos para as startups: a estabilização dos indicadores econômicos do país – que viu a melhora na expectativa do PIB e fortalecimento do Real – também deve ser positiva para os negócios digitais, que devem aproveitar o momento para reforçar o caixa e estruturar planos de expansão.
• A dança dos unicórnios: sim, ser uma startup bilionária não é para qualquer negócio – mas o Brasil é um lugar bem interessante para quem almeja ser o próximo hit disruptivo: de todos os unicórnios da América Latina, mais da metade é tupiniquim. E isso demonstra também que a competição aqui é pesada e ninguém está pra brincadeira.

📈 Tendências do ecossistema digital.

Beleza, agora vamos supor que você está procurando uma vaga bacana em uma startup ou tá com uma boa grana sobrando e quer investir em um negócio digital. Por onde começar a procurar? Aqui vão 3 tendências do mercado brasileiro:

• Startups de apostas: 300 empresas ativas e projeção de valores de mercado na casa de US$ 25 bilhões. Esse é o tamanho do mercado de apostas que vive um verdadeiro boom e que pode ser um celeiro interessante para quem tiver soluções voltadas, por exemplo, para a segurança das transações em meio aos debates sobre regulamentação do setor.
• O potencial da indústria de games: o mercado de games é outro que não para de crescer. De 2018 até o ano passado, o número de desenvolvedoras de jogos digitais cresceu 169%. Focar em estratégias multiplataforma para diferentes dispositivos pode ser uma estratégia para as startups desse setor instigante. 
• Fintechs seguem em alta: entra ano, sai ano, as fintechs seguem na crista da onda quando o assunto é inovação e, só em 2022, mais de US$ 9 bi foram investidos em startups de finanças brasileiras (segunda melhor marca do ecossistema). A competição é imensa, mas o potencial de atração de investimentos para bons modelos de negócio, idem. 

👩💼 O perfil das lideranças startupeiras e o desafio da diversidade.

Em média 40 anos; vindos da área de finanças; com pós-graduação em administração e engenharia e sem experiência prévia no mercado de startups… Esses são alguns dos dados que compõem os perfis das lideranças das 100 maiores startups do Brasil, também segundo estudo da Distrito.

A pesquisa demonstra, por um lado, a busca por perfis mais profissionais para a gestão e liderança C-Level (e ainda bem que você pode contar com a Ella nessa missão), tirando quase que de vez do baralho a carta do empreendedor por instinto, que se justifica nesse momento de busca por maior maturidade no mercado.

Mas o estudo revela uma disparidade de gênero preocupante em um mercado que, por muito tempo, se colocou como mais diverso e plural: das 100 maiores startups do país, somente 5 são lideradas por mulheres.

Mudar esse cenário é também um desafio que dialoga com a perspectiva de um mercado de investimentos ligados a fundos socialmente responsáveis e, inclusive, para que as startups se conectem com consumidores para os quais a diversidade não é apenas uma questão de escolha, mas uma obrigação essencial.

🏦 Negócios digitais e as dicas para captar investimentos.

E pra fechar, separamos 5 dicas pra você não se perder no mar de inverno das startups e captar aquela grana que tá faltando para impulsionar seu negócio digital:

• Processos são importantes: agilidade não significa descuidar da gestão financeira, de pessoas ou do compliance; os fundos estão de olho e querem empresas sustentáveis e com potencial de crescimento de longo prazo;
• Entenda seu momento: se você é uma startup early stage, busque fundos early stage ou uma aceleradora. O raciocínio parece simples, mas dar um passo maior que as pernas é um dos principais erros na jornada de investimentos de um negócio digital;
• Você precisa mesmo de investimento ou quer mesmo ser um gigante?: fazer essas reflexões é fundamental, afinal de contas, muitas startups estão dando conta do recado sem precisar se comprometer com fundos ou com venda de ações; enquanto outras estão satisfeitas com o tamanho de suas operações. Se liga: saber o que se quer é a primeira etapa de qualquer plano estratégico. 

📚 Dica de Livro — A Startup Enxuta: como usar a inovação contínua para criar negócios radicalmente bem-sucedidos.

O bom de indicar um clássico é que não tem muito erro: você irá explorar um conteúdo mais aprofundado, recomendado e que te dará um panorama interessante sobre os debates em torno de um tema.

Isso vale para o livro de Eric Ries, "A startup enxuta: Como usar a inovação contínua para criar negócios radicalmente bem-sucedidos", que desenvolveu a base do modelo de negócio de muitas startups a partir da perspectiva de que as condições externas são sempre incertas e que é preciso navegar em busca do novo.

Nas palavras de Marc Andreessen, fundador da Netscape, "Ries criou ciência onde anteriormente havia apenas arte. Uma leitura obrigatória para todo empreendedor sério e todo gestor interessado em inovação".

#ficaadica

🎙️ Tech Me Up Podcast — Startups Early Stage

E, enquanto não sai o novo episódio do Podcast Tech Me Up, que tal dar uma conferida no papo que tivemos com Rodrigo Perenha (CTO e Founder da Kamino) e Patrick McDougall Sterea (Co-Founder da Drip (YC S22), fintechs brasileiras.

Na conversa, eles contaram muita coisa interessante sobre Startups Early Stage e os passos que tomaram - e estão tomando - para consolidar suas empresas e gerar impacto no mercado.

Se você já ouviu, divulga pros migues esses insights:

Confere aí ⤵

https://lnkd.in/dPqfsUEF 

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