Mundo
PUBLICIDADE

Por O Globo com agências internacionais — Rio de Janeiro

RESUMO

Sem tempo? Ferramenta de IA resume para você

GERADO EM: 25/06/2024 - 00:00

Julian Assange se declara culpado e é libertado

Julian Assange aceitou se declarar culpado em troca da liberdade após longa batalha judicial de 14 anos. Acusado de disseminação ilegal de material de segurança nacional, ele foi preso, refugiou-se na embaixada do Equador e enfrentou extradição para os EUA. Após uma série de reviravoltas, Assange chegou a um acordo judicial e foi libertado, devendo comparecer a um tribunal federal nas Ilhas Marianas.

Julian Assange, fundador do WikiLeaks, aceitou, nesta segunda-feira, se declarar culpado de uma acusação de crime de disseminação ilegal de material de segurança nacional, uma das maiores na História do governo americano, em troca de sua liberdade, encerrando um longo e amargo impasse com os Estados Unidos. O processo foi tornado público somente na noite desta segunda-feira, e segundo o WikiLeaks, o australiano deixou a prisão de Belmarsh, no Reino Unido — onde passou 1901 dias —, durante a manhã após receber fiança do Supremo Tribunal de Londres, embarcando para um destino não revelado.

O acordo de confissão de culpa com o sistema de justiça americano pôs fim a uma saga judicial de mais de uma década.

Revelações e mandado de prisão

Em julho de 2010, a imprensa mundial publicava 70 mil documentos confidenciais sobre as operações internacionais no Afeganistão, divulgados pelo site WikiLeaks. Em outubro, eram publicados 400 mil relatórios sobre a invasão do Iraque pelos EUA e, um mês depois, o conteúdo de 250 mil telegramas diplomáticos dos EUA.

Em 18 de novembro, a Suécia emitiu um mandado de prisão europeu contra Assange como parte de uma investigação sobre a violação e agressão sexual de duas mulheres suecas em agosto de 2010. O australiano afirma que eram relações consensuais. Assange, que estava em Londres, rendeu-se à polícia britânica no dia 7 de dezembro. Ele fica detido por nove dias e depois vai para prisão domiciliar.

Em fevereiro de 2011, um tribunal de Londres valida o pedido de extradição para a Suécia. O australiano teme ser transferido de lá para os Estados Unidos e enfrentar a pena de morte.

Refugiado na embaixada do Equador

Em 19 de junho de 2012, Assange refugia-se na embaixada do Equador em Londres e pede asilo político. O Equador, então presidido por Rafael Correa, concedeu-lhe asilo em agosto e pediu, sem sucesso, às autoridades britânicas passagem segura para que o fundador do WikiLeaks pudesse viajar para Quito.

Assange permaneceria encerrado na embaixada durante quase sete anos, período durante o qual obteve a nacionalidade equatoriana antes de ser privada dela. Em 2 de abril de 2019, o presidente equatoriano Lenín Moreno, que rompeu com o seu antecessor, afirma que Assange violou o acordo sobre as suas condições de asilo. No dia 11, Assange é preso na embaixada pela polícia britânica.

Investigação de estupro reaberta

De imediato, o advogado da mulher que acusa Assange de violação na Suécia anuncia que iria solicitar a reabertura da investigação, arquivada em 2017. Os fatos relativos ao outro processo, por agressão sexual, tinham prescrito em 2015. No dia 1º de maio, Assange é condenado a 50 semanas de prisão por um tribunal de Londres por ter violado as condições da sua libertação provisória.

No dia 13 daquele mês, o Ministério Público de Estocolmo anunciou a reabertura da investigação de violação.

Nova acusação americana

Em 23 de maio de 2019, o sistema de justiça americano, que já o havia acusado de "hackeamento de computadores", indiciou-o por outras 17 acusações ao abrigo de leis anti-espionagem. Assange poderia pegar até 175 anos de prisão. No dia 31, o relator da ONU sobre tortura, após se reunir com o australiano na prisão, considerou que ele apresentava “todos os sintomas de tortura psicológica”. No início de novembro, o relator afirma que o tratamento dispensado a Assange coloca a sua vida “em perigo”.

No dia 21 de outubro, o fundador do WikiLeaks aparece pessoalmente pela primeira vez no Tribunal de Westminster, confuso e balbuciante.

Suécia abandona processo

Em 19 de novembro, o Ministério Público sueco anunciou o abandono da investigação de violação devido à falta de provas.

Audiência de extradição em Londres

No dia 24 de fevereiro de 2020, a justiça britânica começa a analisar o pedido de extradição dos EUA, que é adiado devido à pandemia. Assange confirma a sua recusa em ser extraditado. Sua parceira, a advogada Stella Morris, alerta que entregá-lo aos Estados Unidos levaria a uma “pena de morte”.

Em 4 de janeiro de 2021, a juíza Vanessa Baraitser indeferiu o pedido, considerando que as condições de reclusão nos Estados Unidos poderiam implicar risco de suicídio. O sistema de justiça britânico decide mantê-lo detido.

Anulação em recurso do indeferimento da extradição

Em 12 de fevereiro de 2021, Washington recorre da negação da extradição. A audiência de apelação começa em 27 de outubro. O advogado que defende os interesses americanos rejeita que haja risco de suicídio, afirmando que, se fosse extraditado, Assange não seria detido na prisão especial de alta segurança ADX, em Florença (Colorado), que receberia os cuidados médicos e psicológicos necessários e que ele poderia solicitar o cumprimento de sua pena na Austrália.

Mas o advogado de Assange insiste que ainda existe um “grande risco de suicídio”. Em 10 de dezembro, o Supremo Tribunal de Londres anula a rejeição da extradição em recurso, considerando que os Estados Unidos tinham fornecido garantias sobre o tratamento que seria prestado ao fundador do WikiLeaks, e a defesa de Assange apresentou recurso.

Recurso contra extradição

Em 14 de março de 2022, o Supremo Tribunal Britânico decide não admitir esse recurso. Em 20 de abril, o Tribunal de Magistrados de Westminster, em Londres, emite formalmente uma ordem de extradição. Em 17 de junho, a ministra do Interior britânica, Priti Patel, assinou o decreto de extradição, do qual Assange apelou.

Nos dias 20 e 21 de fevereiro de 2024, ocorreu em Londres o julgamento para examinar o recurso do fundador do WikiLeaks contra sua rendição.

Acordo com a justiça dos EUA

Em 24 de junho de 2024, Assange chegou a um acordo judicial com o sistema de justiça dos Estados Unidos que lhe permitiu ser libertado.

Assange deixou imediatamente o Reino Unido e deve comparecer perante um tribunal federal nas Ilhas Marianas, um território dos EUA no Pacífico, acusado de “conspiração para obter e divulgar informações relacionadas com a defesa nacional”.

Mais recente Próxima Assange concorda em se declarar culpado em troca de liberdade e deixa prisão em Londres, encerrando impasse com os EUA
Mais do Globo

Não houve vítimas; terremoto teve epicentro a 8,49 quilômetros da capital Quito

Tremor de magnitude 4,2 sacode Quito e o Norte do Equador; vídeos

Endereço fundado em 1872 volta às atividades cênicas com programação fechada até o fim do ano, incluindo espetáculos musicais e de dança

Teatro Carlos Gomes, no Rio, é reinaugurado após dois anos em reforma

No dia anterior já havia tido o registro de outro lançamento

Coreia do Norte dispara dois novos mísseis balísticos, segundo militares do Sul

Após voltar às competições, em agosto passado, a americana já conquistou o ouro no individual geral no Mundial

Simone Biles vence seletiva nos EUA e se classifica para os Jogos de Paris-2024

'MilTONS do Brasil' será apresentado no Theatro Municipal de Niterói. Veja datas e valores

Milton Nascimento é celebrado com espetáculo da Cia Nós da Dança

Com a chegada da alta temporada de verão no Hemisfério Norte, diversos destinos pelo mundo tentam contar os problemas causados pelos visitantes

Veja as novas taxas e regras que cidades e países estão adotando para conter o turismo excessivo

O jogo entre Portugal x Eslovênia acontecerá nesta segunda-feira (01), às 13h (de Brasília), a partida terá transmissão da Cazé TV

Portugal x Eslovênia: Saiba onde assistir, horário e prováveis escalações do jogo da Eurocopa 2024
  翻译: