É possível conciliar trabalho x qualidade de vida?

Após a pandemia, o conceito de trabalho vem mudando para muitas pessoas, que passaram a ressignificá-lo. Em cidades maiores como São Paulo por exemplo, o ritmo de vida por ser mais frenético, impacta diretamente na qualidade de vida, tanto pelas horas que se perde no trânsito e/ou deslocamento, pelo estresse que essa rotina causa, pelas horas desperdiçadas que poderiam estar sendo utilizadas de maneira mais produtiva.

Tudo isso faz com que muitas pessoas passaram a mudar as percepções sobre o trabalho, principalmente a Geração Z, que busca um ambiente de trabalho que ofereça bem-estar, significado e propósito, além de um bom salário e estabilidade profissional.

Tenho atendido cada vez mais cliente em busca de aconselhamento de carreira, para tomarem decisões sobre os próximos passos, querendo validar escolhas principalmente sobre assumir ou não cargos de média e alta gestão.

A pesquisa Carreira dos Sonhos, realizada pela Cia de Talentos, revela uma mudança significativa nas prioridades dos profissionais brasileiros entre 2016 e 2023. Em 2016, 67% dos participantes da pesquisa afirmaram que a ascensão na carreira era o aspecto mais importante de suas vidas, já na edição mais recente, em 2023, esse número despencou para apenas 10%.

Se você também está nesse dilema em busca de equilibro entre vida e trabalho, fique comigo até o final.

Mas afinal o que é a Qualidade de Vida?

Qualidade de vida no trabalho, também conhecido como QVT, é um índice de satisfação do colaborador, medido a partir dos níveis de saúde e bem-estar, ambiente físico, interação social, crescimento pessoal, entre outros, e é essencial para a diminuição do turnover, produtividade e o sucesso do negócio.

Muitos executivos seniores e líderes empresariais, já perceberam a importância de investir na felicidade e no bem-estar dos colaboradores, como comprovou a Pesquisa da PwC em 2023: 89% dos CEOs brasileiros acreditam que o bem-estar dos colaboradores é fundamental para o sucesso da empresa.

Além disso, o Relatório Great Place to Work de 2022, concluiu que empresas com altos índices de felicidade e bem-estar dos colaboradores apresentam maior produtividade, retenção de talentos e lucratividade.

A priorização do bem-estar e da felicidade no trabalho é uma tendência crescente, impulsionada pelas novas gerações e pelas empresas que reconhecem a importância de um ambiente de trabalho saudável e positivo para o sucesso do negócio. Investir no bem-estar dos colaboradores não é apenas uma questão de responsabilidade social, mas também uma estratégia inteligente para aumentar a produtividade, a retenção de talentos e a lucratividade da empresa.

Nossa geração cresceu com foco na vida profissional, acreditando que o sucesso é o caminho para a felicidade.

A rotina desgastante, entretanto, pode causar o efeito contrário, gerando problemas como a depressão e a infelicidade e passa a prejudicar a nossa rotina.

O perfil workaholic, com profissionais que trabalham 12 horas por dia e não tiram folga, é visto com bons olhos por muitas pessoas. Esse, entretanto, não é o caminho para conciliar trabalho e qualidade de vida.

5 Formas de equilibrar tudo isso:

1) Organize suas demandas e tenha clareza dos prazos: Muitas pessoas ficam exaustas mentalmente só de pensar nas tarefas que precisam entregar. Organizar as demandas, ver as prioridades e prazos ajuda a ter mais clareza do que precisa ser feito, entrar mais em execução e diminuir os níveis de ansiedade.

2) Entenda suas prioridades: temos muitas demandas no trabalho, quase todos são sempre urgentes, mas cabe a você estabelecer prazos, limites e negociar as entregas. As áreas sempre dirão que é urgente, seu líder sempre estará te cobrando as entregas, mas quem é dono do seu processo é você. Impõe-se, tenha confiança e coloque limites.

3) Entenda quais são suas necessidades pessoais inegociáveis: Você deixa de fazer coisas para ti, como uma academia, terapia, médicos, etc, porque muitas vezes não define isso como prioridade. Ficar até mais tarde no trabalho, pode ser necessários algumas vezes, mas aquilo não pode se tornar uma rotina.

Aqui vou trazer alguns exemplo pessoais: Eu coloquei como meta esse ano dormir mais cedo, tenho TDAH e a higiene do sono é fundamental para meu humor e produtividade, portanto estabeleci limites e coloquei meu último horário de atendimento as 19:30 h e não flexibilizo mais isso. Outro exemplo: Coloquei uma meta de me aproximar mais de Deus e ir aos cultos durante a semana, ou seja, bloqueie a agenda nessa data. Você pode pensar: claro você é autônoma é mais fácil. Já te adianto que não é, pois são os horários mais demandados e portando eu deixo de ganhar financeiramente. São escolhas e prioridades.

4) Defina sucesso para você: aprendemos desde criança que uma pessoa feliz é aquela que alcança o sucesso profissional, mas afinal o que é sucesso? Ele envolve aspectos objetivos e subjetivos, por isso pode ser: fazer bem o trabalho, ser reconhecido, atingir metas, ter um bom salário, tempo disponível para a vida pessoal, segurança no trabalho e status. Mas também pode significar ser feliz com o que faz, portando é só você quem poderá trazer esse significado e entender que se estiver caminhando na estrada contrária, tem algo errado.

5) Organize momentos de lazer e descanso: Sim, esses momentos precisam estar propositalmente na sua agenda, caso contrário, quando você estiver descansando, seja na praia, seja assistido um filme, seu cérebro estará lhe cobrando produtividade.

O trabalho representa uma ocupação e a possibilidade de conquistar desafios sim, somos movidos por ele. Mas os profissionais que conseguem levar uma vida mais feliz são aqueles que não depositam todas as suas fichas na vida profissional.

A vida precisa de boas experiências que vão muito além das rotinas de trabalho e de horas parado no trânsito.

Se seu desafio ainda é encontrar equilíbrio entre esses 2 pontos, me chama aqui.