Aprendendo através do SEMINÁRIO
Há algum tempo adotei na disciplina de Psicologia Jurídica o modelo didático-pedagógico chamado de SEMINÁRIO. Pouco se fala, mesmo na formação para docentes, da amplitude de ensino-aprendizado que ele pode alcançar.
Fui buscar a compreensão e acabei por conceituar o SEMINÁRIO em essência, como uma metodologia dinâmica de estudo em grupo, que contempla o gênero oral, alternativo e complementar ao aprendizado (que também ocorre através da leitura e do gênero da escrita). Através do que parece ser uma simples exposição oral, (que mobiliza ações e sentimentos dos envolvidos), o seminário possibilita o aprendizado através de uma outra via de comunicação e interação que é a oralidade.
A busca de conhecimento sobre determinada temática conduzirá ao aluno buscar, além das orientações do professor acerca do tema e possíveis referenciais sugeridos (bibliografia, documentários, etc). Os alunos são conduzidos a buscar em seus arquivos pessoais internos e externos (por exemplo, se recordando de outros professores e materiais dos quais dispõe) e ainda serão incentivados a buscar outros conhecimentos complementares que lhe possibilitem maior compreensão e segurança para apresentação e transmissão do tema solicitado. O processo de aprendizado se dá em todo planejamento e organização do conteúdo até sua apresentação concreta na interação com os demais colegas.
Através do pensamento e da linguagem o mesmo elabora explicações e argumentos da sua exposição temática. Este modelo possibilita o desenvolvimento da competência comunicativa, visando contribuir para seu melhor desempenho em atividades sócio-profissionais futuras. Além da fala, para sua realização podem utilizar ainda recursos como anotações e multimídias.
O procedimento geral de encaminhamento do professor envolve a formação dos grupos, distribuição dos temas, referência bibliográfica de apoio, planejamento e definição de datas e tempo das apresentações.
Fico maravilhada contemplando a dinâmica de organização a apresentação dos alunos. Há aqueles que recorrem ao professor e solicitam referências e materiais de apoio/extras, há os que lhe pedem aprovação para utilização de algum material encontrado, há os que buscam de forma independente, há os que são dependentes dos demais membros do grupo. Há os que se motivam, se preparam e há também os totalmente despreparados. Há os que utilizam recursos como uma ficha de apoio, uma apresentação através de multimídia, trazendo até vídeos e músicas ilustrativas do tema. Há os que atentam para a postura, vestimenta e há os desleixados, que se apresentam sem qualquer cuidado, planejamento e preparação.
Acompanhando diversas turmas ao longo dos anos, tenho recebido o feedback de muitos alunos. Antes das apresentações, muitos ficam inseguros, tremem, gaguejam e até esquecem do conteúdo em decorrência do nervosismo. Mas a grande maioria enfrenta o desafio e vivencia o aprendizado. Muitos relatam que nunca apresentaram trabalhos neste modelo e agradecem pela experiência. Tenho verificado o quanto o envolvimento e responsabilização pelo tema os leva a um aprendizado único sobre o tema proposto. Aquilo que buscam, pesquisam, lêem e apresentam, costuma ter um registro grandioso na memória! Muitos não se esquecerão jamais!
E eu, como professora, fico extremamente feliz em acompanhar o desenvolvimento deles! E costumo dizer a eles que muitas reações são naturais, comuns em função da nossa expectativa de desempenho e avaliação do outro que nos escuta. Mas que o enfrentamento delas é extremamente importante! Recuar jamais! E quanto mais a gente estuda, mais tem segurança nas apresentações e sucesso na fala! E consequentemente, mais conhecimento adquire!