Eu me pari: um breve relato sobre reconhecer a nossa potência interna
Percebi que a origem do sofrimento é a distância da essência. No caminho, vou me distanciando por amor, para me manter viva, bem-sucedida, segura, amada, acolhida. E há uma linha tênue entre a excitação e o medo.
É medo e esse medo era uma cicatriz de uma batalha vivida por muitas e muitas vidas. Ela vai estar sempre aqui e o grande passo está em ter consciência que, por vezes, essa cicatriz vai querer colorir a forma que eu vejo o mundo.
Em seguida vem a raiva. Eu brigo com o universo, com o fluxo da vida. Mas é essa mesma raiva que me energiza. Ela quer certas coisas e vai lá e faz acontecer.
E assim, nesse vaivém do balanço entre o medo e a excitação, percebo que não está no outro as respostas, mas dentro de mim. Transformo a raiva em movimento quando olho para dentro em busca de novas respostas: o que posso fazer para melhorar? O que faço para desafiar? O que quero e desejo é o que realmente preciso?
Volto para a minha nova versão. Com o cuidado físico, emocional e energético, limpo as minhas lentes. E para isso, me coloco presente e me reconecto ao amor compreendido e sirvo ao bem maior.
Ah! E como neguei essa realidade do amor universal, da potência e fertilidade que está em mim! Me abandonei, me traí, me amputei para caber, menti para mim mesma, duvidei da vida, busquei por atalhos, não me tolerei... todos foram sintomas desse afastamento.
Nos últimos 2 anos, estou aprendendo a pertencer a partir de mim, para cada vez mais ser quem eu sou em equilíbrio com o meio, me apropriando de todo esse poder interno, contando com o meio. E quanto mais me sinto confortável com toda essa luz interna, mais eu confio na vida e menos necessidade de controle. E é mágico como dessas sementes surge a aceitação. Vou aprendendo a aceitar o que a vida me convida e a perceber o lugar que ocupo no outro e o lugar que outro ocupa dentro de mim. A cada dia sinto mais que as pessoas com quem me relacionam são uma extensão de mim.
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E quanto movimento tudo isso tem gerado! Afinal, "onde a sua atenção vai, a energia flui (where your attention goes, the energy flows)", já diria Joe Dispenza. Sempre de mãos dadas com a persistência (motivos pelos quais fazemos o que fazemos) e a perseverança (consistência no que faz). Afinal, sem a persistência, seria apenas um mar de boas intenções sem manifestações e sem perseverança, apenas um mar de ações sem intenções, o piloto automático, a vida de gado.
Mas o que falta para eu assumir de fato essa fertilidade interna? Nesse novo salto, a passagem é estreita. Não me caibo por inteiro. Partes precisam ser deixadas para trás... é o momento de desapego, é momento de agradecer e honrar tudo aquilo que não me deixa confortável para ser quem sou.
As perguntas que agora me guiam são: e se está tudo certo nesta realidade (em vez de o que tem de errado aqui)? O que essa realidade pode me ensinar e me mostrar? E a partir dessa pergunta me guio para a realidade não manifestada, onde residem todas as possibilidades, o lugar da potencialidade. E vou me conectando com a grande energia do vazio atômico e novas verdades surgem: eu sou abundante o suficiente para fazer acontecer. Eu tenho talentos e capacidades para me colocar a serviço e manifestar essa abundância.
E a cada escolha, a cada momento, tenho a oportunidade de alinhar a realidade manifestada à não manifestada; a realidade física à realidade espiritual; a missão à essência; alinhar o pensar, falar e o agir. Afinal, toda oportunidade que aparece é uma comunicação do Universo.
Eu me pari como potência, como a fonte de toda fertilidade, potencialidade e abundância. É assim que me defino. E para que essa consciência se manifeste, é preciso persistência e perserverança a partir de uma simples ação de grande impacto: criar uma forma de cultivo desse campo em mim. Uma forma de devoção diária desse campo em mim. E assim, aprender: como entro em contato com esse campo? Como sinto esse campo? Que energia ele traz? Que movimentos ele apresenta? E estar atenta para receber tudo isso, me permitindo aceitar e adaptar ao que surge.
Esse breve relato é para eu não esquecer de me lembrar. Aspiro que você, que parou para ler, que se conectou ou que achou que não tem nada a ver, também assuma a sua fertilidade interna e manifeste a serviço do bem maior.
Attorney Mediator and Coach | Founder of Institute For Next Level Leadership | MC3-Certified Mediator | Certified Enneagram Teacher
1 aExcelente. Gratidão por compartilhar a profundeza do seu processo!
Pai do Davi e do Téo | Linkedin TOP VOICE | Fundador e CEO da @Escola Atemporal
1 aSem palavras. Muita inspiração por este lindo relato de libertação! Obrigado por permitir isso no dia de hoje :)
Sócio Fundador da Yatahey Consultoria | Mentor PUC angels | Transformação | Estratégia | Cultura | Marketing
1 aMuito legal. Se ver pela perspectiva da potência e não da falta é libertador.