O futuro incontornável…

O futuro incontornável…

Olhando para o novo contexto económico do País e para o número crescente de companhia de seguros a operar no mercado, vê-se a necessidade urgente de inovar e explorar outras áreas deste vasto mundo dos seguros. A par dos ramos Automóvel e Acidentes de Trabalho que são de cariz obrigatório, os ramos facultativos explorados pelas companhias de seguros em Angola, tendem a ser quase que “estandardizados” visto, que as companhias ainda não estão viradas (pelo menos o mercado não tem demostrado) para a diversificação dos seus produtos e respectivas coberturas, optando pela segurança proporcionadas pelos produtos “habituais”.

O factor concorrência já é uma realidade, o que torna imperioso a necessidade de inovação e visão das companhias com vista a dar resposta á nova realidade que o sector atravessa, e o mesmo deve passar pela exploração de novos ramos e a melhoria dos existentes, oferecendo assim aos seus clientes novas opções de coberturas, preços competitivos, maior qualidade e celeridade no atendimento e novos produtos com vista a dar resposta à nova realidade socio- económica que o país atravessa.

Falando da melhoria dos ramos existentes e suas respectivas coberturas, é de louvar a iniciativa de algumas seguradoras que têm a ousadia de inovar e enriquecer os seus produtos adicionando benefícios como o veículo de substituição, serviços de reboque que vem atender algumas das preocupações de muitos segurados e não só.

Existem ainda aqueles produtos que estão criados e implementados mas que permanecem numa espécie de “coma” ou por não se ter domínio de como os vender ou por acharem que não há interessados em subscreve-los (o que não deve ser verdade…). O que temos verificado quanto a está questão, é que, a não divulgação dos mesmos (produtos) faz com que pareçam totalmente inexistentes e por incrível que possa parecer muitos destes seguros são relactivamente fáceis de se vender… adicionando a falta de divulgação está a própria política das companhias de seguros em tratar esses “pequenos” seguros como menos importantes, remetendo-os para segundos ou terceiros planos...

Podemos falar aqui dos seguros de Acidentes Escolar, Equipamentos Eletrónicos, Acidentes Pessoais, Roubo, Responsabilidade Civil Eventos, etc etc. Com o novo rumo que o país está a tomar, surgem também outras áreas de capital importância para a dinamização da economia. A muito que se vem falando da agricultura como factor de desenvolvimento sustentado e hoje é vista como grande aposta para a diversificação da economia.

O governo angolano tem vindo a fazer um grande esforço para dinamizar este sector fundamental para o crescimento da economia nacional, abrindo linhas de crédito através do BDA, BPC e o Banco Sol, criando incentivos para os agentes rurais tal como a facilitação de aquisição de produtos agropecuários, formação de técnicos, criando projectos ambiciosos como o Terras do Futuros e muito mais.

Para termos um a ideia deste grande esforço, podemos observar o seguinte: Em 2009 foram disponibilizados 200 milhões de USD dos quais 70% foram destinados aos projectos agropecuários; Em 2010 mais de 7 milhões de Kwanzas. Em 2011 44 milhões de USD e neste mesmo ano o BPC e o Banco Sol disponibilizaram 300 milhões de Kwanzas para o sector. Aliado a isto, o BDA tem vindo a apoiar cada vez mais os projectos agro, como o apoio a produção de cereais e leguminosas do Kwanza Sul, a criação de dez fazendas pertencentes ao projecto Terras do Futuro no município de Nhârea na província do Bié entre outros.Temos ainda a criação das lojas da rede Nosso Super e recentemente a rede Papagro tudo isto para dinamizar e incentivar o sector.

A par da agricultura, temo-nos visto a confrontar com uma nova realidade que é a Aquicultura.

O governo também tem vindo a incentivar e a apostar agressivamente nesta actividade que tem muito por onde crescer, e prova disto foi o recente investimento de cerca de 20 milhões de Kwanzas para dinamizar ainda mais este subsector.

Como podemos verificar, as seguradoras têm algo a dizer em relação a está nova realidade económica que o país atravessa e não pode ficar alheia a isto!

Infelizmente, parece haver uma certa inércia por parte das seguradoras no que toca a este assunto, uma vez que não temos visto por parte das mesmas o movimento necessário à criação das bases para a urgente implementação destes seguros.

Uma vez que a criação destes seguros não deve ser vista como sendo uma tarefa fácil, e não poderá ser levada a cabo somente pelas companhias de seguros mas também carece da intervenção do Governo e temos estado a observar com muita satisfação que por parte deste a uma grande vontade em participar de forma activa para a implementação destes seguros, criando um fundo de calamidades, um sistema bonificado de prémios para que os custos do pagamento do prémio de seguro não sejam suportados na totalidade pelos tomadores de seguros por serem muito elevados etc, etc.

De facto a implementação destes seguros não é uma tarefa fácil. Mas, atendendo ao novo rumo da economia nacional, e como não podia deixar de ser as seguradoras devem aproveita-lo da melhor maneira possível porque hoje a necessidade é maior e urgente! A palavra de ordem é Diversificação.

Alzira da Conceição Ernesto

Técnica de seguros

alziraernesto2011@gmail.com

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