Outono brasileiro chegou. A solução está nas janelas!
foto de Internet

Outono brasileiro chegou. A solução está nas janelas!


Odeio falar de crise. É serio. Odeio falar de ódio. Também odeio falar de coisas que não tragam perspectivas saudáveis às situações com as quais nos defrontamos de vez em quando. Critico quando quero que o assunto ganhe as ruas, mas elogio quando quero o mesmo motivo. Não gosto de fatalismo, nem de abrir o envelope do diagnóstico de exames ruins. Mas a crise que estava lá fora chegou até aqui.


Se estivéssemos em uma grande cozinha, o prato seria uma amálgama de "Angú de Caroço" com "Puchero À-La-Brasília". Com todos os requintes de crueldade e artimanhas a que temos direito. Até mesmo com um Gran Finale.


Se fosse um filme, um Épico de Holywood, poderia ser chamado de: "E o Crime Compensou". Mas com cenário de "Mad Max", de "Corcunda de Notre Dame", ou "Les Miserables". Tudo junto, na mesma fita. Só que não é filme. Tudo é verdade mesmo.


Gosto de chamar à reflexão, mas confesso que estou aturdido. Não sei o que pensar, e isso me entristece, porque pensar é meu capital. Mas não sei o que pensar. Mas bem. Já que não sei em que pensar, vou pensar diferente. Vou propor uma solução (pode rir, mas foi a solução que eu encontrei. Se tiver uma melhor,escreva também.


Já que nossa "Primavera Árabe", aqui chamado de "Outono Brasileiro" chegou para bagunçar, e nos encurralar dentro de casa a gemer, minha solução está nas janelas. Isso mesmo: Janelas! Eu explico.




Janelas foi uma invenção sensacional. É um tipo de instrumento científico que permite a visão do exterior através das paredes. Foi inventada bem antes do vidro e do tomógrafo ou do Raio X. Só que não é um equipamento de reversibilidade completa, pois você até pode olhar de fora para dentro de uma casa, mas se se tiver vidros nela, verá espalhado apenas a luminosidade exterior refletida, mas, caso o lado de fora seja mais escuro que o lado de dentro, então sim, você poderá espiar discretamente, sem chamar atenção, pois é muito feio ficar espiando pelas janelas para dentro das casas, verá tudo o que se passa lá dentro, porque a luz interior é capaz de irradiar os valores contidos dentro da casa. Já do lado de dentro, verá que cabe naquele retângulo cabe um mundo inteiro, pronto a ser conquistado.


Se estamos do lado de fora, e o dia estiver claro, muito bem. Aproveitemos o sol e aquilo que sua luz pode nos mostrar. Mas se a escuridão nos abraçar, temos a esperança de buscar luz no aconchego da casa, e quem permite isso, são as janelas. Mas minha analogia vai além do romântico contemplar de lá e cá dos buracos envidraçados de uma habitação. Tenho a intenção de falar daquilo que cerca as janelas: as paredes. Isso mesmo! Paredes são aule negócio enrolado nos buracos aos quais chamamos de janelas. Só que as paredes são também uma barreira para o frio, a chuva, os inimigos externos, e as coisas que nos assustam. 


E o que isso tem a ver com a crise? Tudo! Digo em minhas palestras que quando o perigo é certo e vem chegando, a solução pessoal é nos blindarmos em nosso cantinho seguro, nosso refúgio, nosso castelo. Quando nada podemos fazer para barrar as barbaridades que os maus políticos prepararam para ferrar conosco, podemos então blindar o que ainda temos de bom: nossa honra, nossa família, nossa comunidade, mesmo que pequena, podem ser protegidas pontualmente. É o que chamamos de força interior, determinação, boa vontade e vontade enorme de meter o pá no traseiro gorduroso destas imundícies que ficam solapando nosso país. Daí, se a crise vem, e ela vem, que não nos pegue com as calças na mão. Nossas paredes de honra e dignidade podem nos proteger das intempéries da barbárie, e nossa decência pode servir de janela para que vejamos de antemão aquilo que quer nos derrubar.


Minhas janelas são meu conhecimento, que mesmo, pouco, dão a mim segurança de não pisar no estrume da corrupção oferecida nas praças e nas ruas. Minhas paredes são meu trabalho. E as portas que se abrem ou fecham são as oportunidades que posso escolher abraçar.


Ao que parece, semelhante à "Primavera Árabe", temos o nosso "Outono Brasileiro". Mas tomara que não termine aqui como terminou lá. Pelo sim, pelo não, melhor botar tranca reforçada nas portas e janelas.

Entre para ver ou adicionar um comentário

Outros artigos de Paulo Cardoso

  • The White Wall

    The White Wall

    Pacard - Writer One day I went looking for G-d. I found a large religious art gallery, with a sign that said: G-d is…

  • Aquelas tardes grises com minha avó Maria Elisa

    Aquelas tardes grises com minha avó Maria Elisa

    Eu era pequeno, e apesar disso, lembro como se fosse ontem. O mundo acontecia sem a minha influência, como ainda…

  • Dona Izartina e o Mascate que relatava as guerras

    Dona Izartina e o Mascate que relatava as guerras

    Dona Izartina colheu as "bage" que plantara, cuidadosamente, dia após dia, um tantico de cada vez. Cada cumbuquinha que…

  • Ser o primeiro, pra que?

    Ser o primeiro, pra que?

    Tenho escrito acerca da ânsia coletiva de ser e estar em primeiro lugar, essa pandemia humanista que semeia…

  • 60 Conselhos de Ética aos Jovens Candidatos

    60 Conselhos de Ética aos Jovens Candidatos

    Caro candidato, Parabéns pela decisão de entrar na política. Ser vereador é uma oportunidade de servir a comunidade…

  • Quem foi Hadade, na Bíblia?

    Quem foi Hadade, na Bíblia?

    Uma membro da casa real de Edom. Ele fugiu para o Egito, onde se casou com a irmã da esposa do Faraó (1Reis 11:14-22).

  • Cobrança de Energia - A sinapse que coxeia

    Cobrança de Energia - A sinapse que coxeia

    Imagem gerada por IA (mal e porcamente) Até meus netos adolescentes sabem o que são sinapses: aqueles bichinhos com…

  • As Corredeiras e as Correntezas

    As Corredeiras e as Correntezas

    Certa ocasião, provocado pelo ímpeto da juventude, e pela aventura, ainda que calculada, convenci um grupo de…

  • Os inimigos nossos de cada dia

    Os inimigos nossos de cada dia

    Os inimigos nossos de cada dia A coisa que um pensador mais precisa é de tempo, precisa que esteja livre, de afazeres…

  • Ética na Política - Fazer campanha sem assumir que está em campanha, é ético?

    Ética na Política - Fazer campanha sem assumir que está em campanha, é ético?

    ..

    1 comentário

Outras pessoas também visualizaram

Conferir tópicos