Um conto sobre o sentir
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Um conto sobre o sentir

Nos últimos meses por aqui tenho vivido a emoções de uma maneira bem diferente.

Tem sido intenso, com grandes mergulhos e muitas vezes, difícil de entender.

O corpo tá gritando mais alto e mais profundo.

A mente bagunçada, embaralhando fatos, julgamentos, padrões.

E a intuição super ligada: percebendo que tem muita coisa: sutil e, por mais que sejam ancestrais, novas.

O que percebo é que hoje me faltam palavras e repertório que ajudem a esclarecer o que é o quê, de quando e de quem.

Tudo está misturado. E separar tem sido uma jornada para mim e minha terapeuta.

O caminho tá se revelando: e a escrita tem sido grande aliada.

Quero compartilhar com vocês um destes escritos, um conto, sobre a minha experiência com o sentir.

Você já percebeu como é diferente a forma que a gente sente?

Eu tenho vivido diferentes "sentir".

Tem o sentir consciente.

Ele é mais estruturado.

Ativa mais a mente.

Organiza, conecta pontos, elabora.

É elegante: tem look moderno, cores neutras e a última tendência da semana de moda.

Ele passa profundidade e quietude pra aqueles que ali repousam.

E acolhimento também!

Seu sorriso acalenta e suas lágrimas confortam.

É sereno e profundo. E se alimenta da presença.

Adora desbravar por roteiros em grupo.

Suas viagens são sempre com mais pessoas.

É curioso! Tá sempre atento a desbravar as atrações turísticas: falas, comportamentos e emoções.

E sua presenca permite que novas conexões e expansões sejam construídas.

Durante o passeio, nem parece que a caminhada foi intensa. Mas depois que passa, vem a conta e a bateria acaba.

É um esgotamento mais mental e físico que emocional e espiritual.

Depois, tem o transbordar de sentir.

Ele é de mais difícil acesso.

Difícil porque precisa parar as distrações para acessá-lo.

Sim! Distrações: trabalho, principalmente.

É no ócio que ele se manifesta. Por isso é tão desconcertante.

Muito barulhento! Com roupas coloridas (e nem sempre combinando) e muitos acessórios, chega fazendo barulho.Não pára um minuto!

Tudo é gatilho para sentir. A fala de alguém, uma série na tv, um banho quentinho e o próprio ócio.

É tao barulhento e volumoso que invade a mente. Passa a tagarelar louca e fatidicamente.

Ele aciona a central de comando: gatilha as emoções mais desafiadoras. Medo, raiva, tristeza, vergonha e culpa se misturam.

Essa mistura não cabe dentro, nem da mente. A fórmula começa a borbulhar dentro e fora.

Choros, brigas, gritos: assim se manifestam os desejos não nomeados que são escancarados neste sentir.

É confuso e avassalador.

Quando chega nesse ponto de total "descontrole", percebe que precisa de ajuda para achar o caminho de volta pra casa.

E é só com essa ajuda que o transbordar de sentir encontra o sentir consciente.

Ajuda pra silenciar? Longe disso! Ajuda para elaborar.

A mente ficou enloquecida e sabotou toda a viagem.

Só com apoio que a mente ajuda, serve, elabora e acolhe.

Um terceiro sentir é o majestoso sentir profundo.

Ele é sóbrio e mais reservado.

Tem um vestir casual e padrão.

Em seu moletom ou jeans, camiseta e tênis habita o silencio.

Ele é desapegado: não espera nada de você. Tá ali, do seu lado, simplesmente presente.

Ele tem um olhar e presença profundos.

Quando te olha, vocês se encontram no fundo da alma.

É escuro e, ao mesmo tempo, seguro esse lugar que ele te leva.

É um lugar desconhecido, sem distrações e impressionantemente sem medo.

Aquele lugar simplesmente é. Calmo, estável e disponível a uma respiração.

A mente ta ali, observando e entregue. Não questiona, não acolhe, não resmunga nem elogia. Somente está. É bom enquanto dura. Podia durar mais. E pode! Só depende do silenciar. Profundamente silenciar.

É engracado que, a medida em que se distancia, deixa sua marca de equanimidade e repouso. A calmaria fica. Por um tempo.

Parece que a medida que se distancia, a mente vai se ativando para entender tudo que no silencio emergiu e aflorou.

O quarto é o sentir ancestral.

Ele é divertido. Traz muito movimento e festa!

É dançante: adora provocar movimento.

É o estereotipo do bicho grilo: roupas hippies, coloridas e largas e óculos redondos.

Não te pede nada. Só contagia por sua energia.

Nesse movimento elíptico e frenético, vai te levando a cenarios incríveis e inimagináveis: "é tudo real: dentro e fora de você!", ele diz sorrindo e conduzindo o caminho.

São seres místicos, luzes de neon, sagradas geometrias.

Reacessamos tudo aquilo que já vivemos. Reacessamos o ancestral.

Reencontramos os monstros da infância e de outras dimensões.

Limpamos e transmutamos e para isso seguramos firmes nas mãos desse sentir que também é guardião:"confia! Estou aqui, te esperando do outro lado", ele reforça.

E quando saímos, o mais puro ar se oferece. O amor, na sua forma mais sublime toma conta. E todo aquele barulho e cores tem vibração mais calma.

O sentir ancestral se reverencia a essa inteligência cósmica mágica e sublime.

A dança continua, mas de outro lugar.

Com uma mente amorosa que acolhe intuindo que existe um bem maior. E confia, sem tagalerar ou duvidar, até uma nova viagem.

Qual sentir você tem sentido mais: consciente, transbordar de sentir, profundo ou o ancestral? E como você se conecta com cada um deles?

Dar nome, forma, roupas e cores me ajuda a me relacionar com cada forma que sinto.

Quem sabe esse conto também não te ajuda a passar pelo sentir por aí?

E lembre-se: sentimos muito antes de pensar. 95% das nossas decisões são emocionais (Daniel Kahnemann).

Se você não acredita nisso, mais um sinal para você silenciar e sentir.

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Eu sou a Gabriela Presto, sócia e CXO da Escola Atemporal e fundadora do Emoções em Jogo . Somos um hub de desenvolvimento humano a partir da origem. 

Todas as jornadas que idealizamos foca no desenvolvimento de dentro para fora e é baseada em princípios ancestrais, internos e éticos. Assim, conseguimos trabalhar o indivíduo, a relação com o outro e com o ambiente.

Você pode contar comigo para realização de treinamentos, palestras e jornadas sobre Inteligência Emocional, Desenvolvimento de pessoas e Team Building.

Sou também Board Member do Institute for Next Level Leadership (California), coach ICF e mentora. São mais de 15 anos servindo no despertar da potência dos indivíduos e organizações. 

Minha experiência como executiva de multinacionais aliada às ferramentas do Cultivating Emotional Balance (CEB) (Santa Barbara Institute), neurociência e retiros de silêncio provocam, aprofundam e tornam práticas as jornadas que conduzo. 

Atuo também com desenvolvimento de lideranças, vieses inconscientes e princípio feminino. Além de ser parceira da Enablers Network (Suíça), também sou faculty StartSe University .

Você pode me acompanhar na rede vizinha @gabriela.presto

E se quiser, pode me mandar um e-mail no gabriela@escolaatemporal.com.br ou me dar um alô no WhatsApp: 11 93701-4545.

Inely Cesna

Attorney Mediator and Coach | Founder of Institute For Next Level Leadership | MC3-Certified Mediator | Certified Enneagram Teacher

3 m

Adorei sua reflexão. Uma abordagem inovadora na auto-observação dos sentimentos e emoções. Não sei sinda qual tipo de sentir está mais presente na minha experiência, mas vou observar. Gratidão por compartilhar

Monique Paiola Desiderio

Diretora de Growth and Sales l Diretora de Customer Sucess l Diretora de Franquias l Trade Marketing l Executiva de Franquias l Executiva de Educação l Inteligência de Mercado l Sales Innovation l Operação e Implantação

3 m

Ótima reflexão, Gabi!!! Muito obrigada!!!!

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