O GERENCIAMENTO DE RISCOS COMO ELEMENTO FUNDAMENTAL NO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E ATUAÇÃO DO CONSELHO.
Para refletir sobre Planejamento Estratégico e Gerenciamento de Riscos, não há como não se falar de Peter Drucker. Ele que é considerado o pai da administração nos deixou um legado de várias frases de impacto, tais como:
- “Planejamento de longo prazo não lida com decisões futuras, mas com um futuro de decisões presentes.”
- “Existe o risco que você não pode jamais correr, e existe o risco que você não pode deixar de correr.”
Muitas empresas têm enorme dificuldade em realizar um planejamento Estratégico olhando para um futuro maior do que o de um exercício fiscal. Ficam apenas na definição de Visão, Missão e Valores (muitas vezes necessitando de uma enorme quantidade de energia e tempo dos líderes para isso). Apresentam dificuldade em definir os indicadores de sucesso que levarão a atingir a visão, não conseguem dar sequência na elaboração e execução dos planos táticos e planos operacionais e não possuem a disciplina necessária para fazer o acompanhamento e correção dos planos propostos.
Acredito que, em parte, essa dificuldade em fazer planos de médio/longo prazo advém do não entendimento da primeira frase de Peter Drucker no início desse artigo – “Planejamento de Longo prazo não lida com decisões futuras, mas com um futuro de decisões presentes”. Para fazer um planejamento estratégico não há necessidade de uma “bola de cristal” e sim de entendimento de Aspirações futuras para poder tomar as decisões mais acertadas no presente.
A segunda frase de Peter Drucker destacada no início desse artigo nos remete ao Gerenciamento de Riscos - “Existe o risco que você não pode jamais correr, e existe o risco que você não pode deixar de correr.”
Os riscos são fatores internos e externos à organização e que, certamente, causam incertezas no presente e no futuro de qualquer negócio. Dessa forma, é necessário tratar essa questão como estratégica e incluir no processo de Planejamento de longo prazo, para poder planejar e executar uma gestão eficaz. O objetivo é medir e controlar os riscos para evitar que impactem negativamente nos resultados da empresa, no caso dos riscos que a empresa não deve correr e aproveitar as oportunidades que, mesmo com riscos, a empresa não deve deixar de tomar.
Em relação aos riscos que a empresa não pode correr, importante citar o guia PMBOK (voltado a projetos, mas que se adequa muito bem para o Gerenciamento de riscos de uma forma geral) O guia identifica sete processos essenciais para um gerenciamento de riscos eficaz:
1. Planejar o gerenciamento dos riscos;
2. Identificar os riscos;
3. Realizar a análise qualitativa dos riscos;
4. Realizar a análise quantitativa dos riscos;
5. Planejar as respostas aos riscos;
6. Implementar respostas aos riscos;
7. Monitorar os riscos.
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Com o Gerenciamento de Riscos a empresa pode, entre outros benefícios:
· Ter mais segurança na tomada de decisões importantes;
· Agregar valor à empresa com a melhoria dos processos;
· Gerar um melhor relacionamento com partes interessadas;
De acordo com pesquisa realizada pela Deloitte, existem 5 riscos que as empresas precisam medir para uma boa governança:
· Financeiros
· Regulatórios
· Operacionais
· Estratégicos (principalmente ligados a reputação)
· Cibernéticos
Esses riscos devem ser medidos baseados em dois fatores: Probabilidade de ocorrerem e Impacto que causarão se ocorrerem.
O papel dos Conselhos de administração ou consultivos, está diretamente ligado ao que a empresa identificou como sendo riscos estratégicos, ou seja, os de baixa probabilidade, mas de alto impacto. É necessária uma atuação focada em se certificar que os riscos foram devidamente identificados, classificados e se os planos de ação são consistentes e robustos o suficiente para eliminarem, neutralizarem ou diminuírem os impactos caso ocorram.
Também é papel dos Conselhos, ao analisar o planejamento estratégico, identificar se as oportunidades que apresentam risco, foram devidamente identificadas e mapeadas.