TMU News #12 | Employee Experience
Desafios e oportunidades na era da experiência.
Se você não vive em Marte ou no mundo da lua (confesso que às vezes dou um pulo por lá) e tá mais ou menos ligado nos conceitos que andam bombando no mercado, provavelmente já deve ter pescado por aí a expressão customer experience.
O termo traduz a ideia de personalização das experiências de consumo de clientes bem informados e prontos para tirar uma marca de sua lista de compras do final do mês se ela vacilar no atendimento ou mesmo tiver posicionamentos que não dialogam com seus valores.
Beleza, mas é de employee experience você já ouviu falar? Se estiver boiando nessa, não se preocupe: é tanta experiência, tanta informação – e sim, tanto marketing – que não é difícil se perder em meio aos novos pilares de uma economia que se transforma e muda tudo, em todo lugar, ao mesmo tempo.
Mas vem com a gente que dá bom: na Tech Me Up de hoje, nós separamos um apanhado de insights legais sobre essa tal de employee experience – experiência do colaborador no bom português ou design da experiência do funcionário, no bom dialeto hipster.
Nessa News, vamos te ajudar (e nos ajudar) a entender o que tá funcionando nesse universo das novas relações de trabalho, vamos separar juntos o joio do trigo, o que é fato e o que é espuma pro mercado ver e falar um pouco dos desafios da área de recursos humanos na "era da experiência".
Dá uma sacada no que a gente separou por aqui:
Boa experiênc… Não, péra, boa leitura mesmo. 🙃
Employee experience é prioridade (mas nem tanto assim).
Como você já deve ter sacado, o conceito de employee experience se relaciona com a aplicação de estratégias voltadas para melhorar a vivência dos colaboradores em uma empresa visando a atração, fidelização e, claro, o engajamento das equipes em prol da geração de resultados e daquela equação clássica: eficiência + produtividade.
Estamos falando de valorização, bons benefícios e de um clima organizacional positivo – e isso tem muito mais a ver com diversidade, acolhimento e sim, bons salários, do que com simplesmente colocar uma mesa de pebolim e uma máquina de chopp no escritório (Gostamos? Sim. É suficiente? Não.)
Daí que a boa notícia é que, em um levantamento da Gartner, foi constatado que quase metade das empresas assumiu a experiência dos funcionários como uma prioridade central para esse ano.
No entanto, de boas intenções o mercado tá cheio e a prova de que é preciso alinhar discurso com prática tá na mesma pesquisa: o estudo apontou que 44% das organizações não possuem planos de carreira atraentes e que 75% dos profissionais considera buscar postos de liderança em outras empresas.
Daí fica difícil superar as ondas de demissão voluntária (hello, great resignation!) que crescem no mundo inteiro, né?
Sem investimentos, experiência do colaborador é só um conceito bonito.
E parte desse problema pode ser explicado pela falta de suporte real para os departamentos de recursos humanos – principais responsáveis pela condução das ações focadas em experiência interna.
Para a gente ter uma ideia, uma pesquisa divulgada pela Você RH neste mês de setembro indicou que 70% dos RHs do Brasil já tiveram que engavetar projetos por falta de grana – 40% nem sabe qual vai ser o orçamento para 2024.
E isso, claro, impacta diretamente nos processos de employee experience: não é por acaso que na mesma pesquisa 75% dos profissionais de RH entrevistados disseram que já perderam funcionários por causa de um pacote de benefícios meia boca.
Ou seja: quer falar de experiência? Invista de verdade, de acordo com a capacidade de recursos do negócio e alinhado aos demais objetivos estratégicos da organização.
Se liga na visão: employee experience para os colaboradores.
Para mudar esse cenário, um primeiro passo que as lideranças precisam adotar é ouvir o que seus times têm a dizer. Que tal começar, nesse sentido, procurando saber o que eles entendem por experiências de trabalho bacanas?
Sobre isso, a RH para Você organizou um conjunto de reflexões bem massa a partir dos resultados do estudo "Panorama da Experiência do Colaborador 2023", que ouviu mais de 400 mil profissionais na América Latina.
Segundo os entrevistados, jornadas positivas de employee experience tem a ver com:
O dilema do burnout.
Combinar esses fatores – especialmente o da distribuição de cargas de trabalho razoáveis e que não impactem na organização, saúde mental e vida pessoal de cada colaborador – pode ser um dos caminhos para que as empresas superem o aumento de casos de burnout em seus negócios.
Segundo o estudo FEEx – FIA Employee Experience, da FIA Business School, por exemplo, 3 em cada 10 profissionais já vivenciaram alguma situação de estresse elevado relacionado com o trabalho – o cenário é ainda mais impactante para as mulheres, que apresentam 73% mais casos de burnout, de acordo com a pesquisa.
Relacionado a esse dado, mães afirmam no mesmo levantamento que têm menos suporte das lideranças.
Ou seja: em um planejamento sério de experiência do colaborador, além da segurança psicológica, as companhias precisam enfrentar desafios estruturais de uma sociedade e mercado no qual o impacto de ambientes negativos recai, especialmente, sobre as mulheres.
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Desvendando o salário emocional.
Já deu pra entender que experiência se conecta e muito com aspectos emocionais que se formam nas relações de trabalho, certo? E que muitos desses aspectos refletem os problemas/preconceitos de nossa cultura, sim?
Trabalhar todo esse universo de questões complexas não é algo que se faz do dia pra noite, mas se manter antenado em tendências de gestão de pessoas é uma ação inteligente de lideranças realmente comprometidas em construir ambientes corporativos saudáveis.
E por falar em tendências, a pesquisadora mexicana Marisa Elizundia desenvolveu o conceito de salário emocional que se aproxima de alguns dos valores buscados por trabalhadores em termos de experiência.
Segundo ela, dentre os pilares do salário emocional temos pontos como o incentivo a autonomia, cultura de pertencimento, planos de carreiras consistentes, espaços de crescimento profissional e pessoal, ambientes inspiradores e criativos.
São nortes interessantes para o design de experiências nas empresas – só não vale falar de salário emocional, quando o salário para pagar as contas não condiz com a função do seu colaborador.
Pequeno manual de boas práticas de employee experience.
E pra fechar, confere aí 5 dicas para um bom modelo de employee experience – inspiradas em um texto maneiro da GPTW:
[DICA DE FILME] — Up in the Air
Lembra daquela ideia de desligamento respeitoso e tal que foi colocado como um dos eixos do employee experience?
A dica de filme de hoje aborda um pouco desse desafio: "Up in the air" conta a história de um profissional interpretado por George Clooney que trabalha em uma consultoria especializada em demitir empregados de outras empresas.
Sim, é isso mesmo que você leu! Vale muito dar uma conferida, pois o filme toca bastante em aspectos como conexão, humanização e todos os desafios ligados ao universo das relações humanas.
P.S. Apesar de não ser uma comédia romântica, o filme saiu aqui no Brasil como "Amor em Escalas": mais uma da série "tradutores emocionados".
[DICA DE LIVRO] — Talent Acquisition: A evolução do Recrutamento & Seleção tradicional.
E pra quem tá buscando se aprofundar ainda mais no mundo da experiência voltada para os colaboradores, recomendamos muito o livro "Talent Acquisition: A evolução do Recrutamento & Seleção tradicional", do Caio Ianicelli Cruzeiro, pesquisador e especialista em gestão de pessoas.
O livro aborda uma série de tópicos: do employer branding aos processos de atração de talentos; do uso de people analytics nas empresas ao planejamento de squads de trabalho.
No fim das contas, um dos principais méritos do livro é o de demonstrar como as estratégias de employee experience devem ser vistas a partir de um conjunto integrado de ações, e não apenas de modo pontual.
#FicaADica
[CONTEÚDO ELLA] — O que aprender sobre liderança (do ponto de vista dos liderados).
Você viu também hoje que experiências positivas são uma parte das relações que se constróem quando líderes oferecem apoio para o desenvolvimento de talentos nas empresas.
Por isso, pra fechar, nós separamos aqui um artigo do Marcus Vinicius Laranjeira que aborda a visão dos liderados sobre liderança. A verdade é que muito se fala sobre gestão, mas sempre do ponto de vista de quem lidera.
E mesmo que isso possa trazer ótimos insights, precisamos de mais abrangência no assunto, trazendo para a roda de conversa também quem é liderado.
Vai lá e dá uma sacada: o texto traz uma série de questões relevantes que podem despertar insights sobre esse relacionamento nem sempre fácil, mas fundamental para o sucesso de qualquer empresa.
Confere aí ⤵
O Ella Vagas fica por aqui. Depois de 11 edições com as melhores posições para Software e Data Engineer, vamos deixar de divulgá-las na nossa newsletter.
Mas antes que alguém fique triste, a Electus segue fazendo essa ponte com as melhores empresas de fora do país. Então não deixe de dar um pulinho no perfil deles!
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